Por RODRIGO DIAS
O que antes era uma cena rara no Hospital de Emergências, agora passou a ser mais frequente: há mais de duas semanas os corredores do maior pronto-socorro do Amapá estão sem pacientes espalhados por macas, cadeiras, leitos ou até mesmo em colchões pelo chão.
Nesta quinta-feira (2), primeiro dia útil de 2025, o governador Clécio Luís repetiu a dose de 2023 e 2024: visitou o HE logo começo do ano, para ouvir demandas dos pacientes e das equipes de saúde, além de fiscalizar a estrutura que será provisória até a entrega do novo HE, prometida para o fim de 2025, segundo o contrato da obra.
Clécio destacou que, desde o início da gestão, o antigo HE mudou em tudo. A reforma, trouxe um o telhado novo, as instalações elétrica e hidrossanitária novas, além de melhorias em espaços.
“São novas UTIs, tomógrafo novo, raio X novo móvel e fixo, tem aparelho de ultrassonografia, arcos cirúrgicos, tudo diferente do que era, só que ele é uma estrutura ainda muito antiga, pequena, construída há quase 60 anos, então, ela já deu o que tinha que dar nesse aspecto para suportar um estado inteiro com quase um milhão de habitantes mais as ilhas do Pará, mas já melhorou bastante, temos outra realidade”, disse.
Mesmo assim, o governador sabe que ainda há o que se revolver, por isso pediu um levantamento minucioso de problemas que ainda existem no pronto-socorro para que sejam sanados de forma imediata.
“São pequenos ajustes que são necessários. Às vezes é a manutenção, uma cadeira quebrada, um material, uma maca que poderia ser melhor limpa. São detalhes. Eu pedi que ele [diretor do HE] fizesse um pente fino, me falasse tudo que estava precisando para não deixar faltar nada, porque nós aplicamos dinheiro público aí, fizemos com muito sacrifício. Foi desde o primeiro dia, eu amanheci aqui, tomei posse dia 1, dia 2, mas estava aqui de manhã, repetindo hoje esse gesto para mostrar que a saúde continua sendo a nossa prioridade e vai continuar a ser”, explicou o governador.
O diretor do HE, Emanuel Martins, disse que o espaço ainda tem dificuldades, mas que a realidade é outra já que não tem mais equipamentos sucateados, ampliou o número de profissionais e serviços especializados. Foram mais de 6 mil cirurgias realizadas em 2024. Antes, eram feitas entre 2,5 mil e 2,8 mil cirurgias por ano.
“A gente percebe que tem essa resolutividade no hospital. Tem mais de 14 dias que não temos pacientes internados nos corredores. É a solução? Não é, de repente amanhã pode ter [pacientes no corredor], porque o hospital carece de uma estrutura maior porque a população também cresceu. Tudo será resolvido com o novo HE, então, estamos trabalhando para resolver os problemas de hoje”, pontuou Emanuel.