Por RODRIGO DIAS
Um bairro na zona norte de Macapá, é um exemplo gritante de abandono e descaso por parte do poder público municipal. Apesar de os moradores pagarem regularmente o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o local carece de infraestrutura básica, como ruas asfaltadas, iluminação pública e transporte público.
Quem mora ali, diz que alguns o chamam de Amazonas 2, mas que na verdade ele é o bairro Lagoa Azul. Nesse caso específico, o nome correto é o que tem menos relevância, diante das inúmeras famílias que buscam o mínimo para viver com dignidade em pleno 2025.
Para se ter uma ideia, não há uma via sequer pavimentada, o que torna difícil a circulação de veículos e pedestres, especialmente durante a chuva.
Além disso, a ausência de iluminação pública deixa os moradores vulneráveis à criminalidade e acidentes.
O transporte público é inexistente, obrigando os moradores a pisar na lama ou usar carros particulares, já que os serviços de transporte por aplicativo também se recusam a entrar na comunidade.
Seu Antônio, conhecido como Marajó, é um dos moradores mais antigos na área. Vive ali há 43 anos, quando ainda nem era bairro. Na rua de sua casa, ele se reúne com os demais moradores para comprar piçarra e jogar na rua para melhorar.
“Mesmo assim quando chega o inverno não tem condições, não aguenta os reparos que a gente faz. É meu sonho ainda estar vivo para ver ainda as ruas do bairro, que praticamente dei origem, asfaltadas, bem cuidadas e aqui sendo um bairro bom para se morar”, disse com esperança.
Seu Benedito, tem 72 anos. Entre o desvio de um buraco e outro, contou que mora há duas décadas no bairro enfrentando esses problemas.
“São anos de sofrimento, no inverno é essa lama. Os caminhões e carros estão quebrando minha calçada, quando eles desviam das poças de lama. No verão minha mulher vive indo ao hospital em razão das crises alérgicas que dá nela por conta da poeira”, disse.
Já dona Socorro relatou que, se já é ruim para os adultos, para as crianças que precisam ir para a escola piora.
“Enfrentam dificuldades, chegam todas sujas de lama. As ruas, quando não tem lama e buraco, tem mato. Complicado viver assim”, falou.
Segundo os moradores, em 2024 o atual prefeito de Macapá, Dr Furlan, e outros políticos chegaram a visitar o bairro em uma agenda de domingo prometendo resolver as demandas da comunidade, até hoje nada foi cumprido. A comunidade, segue do aguardo dos serviços básicos.