Por ALLAN VALENTE
O navio Comandante Solon será um dos itens a serem leiloados pelo Governo do Estado em um certame futuro, ainda sem data definida. A decisão partiu do governador Clécio Luiz, que determinou a realização de um levantamento de bens inservíveis ou que gerem gastos desnecessários ao governo, a fim de destiná-los a leilão.
Um leiloeiro contratado pela Secretaria de Estado de Transporte (Setrap) vai avaliar a embarcação. De acordo com o secretário da pasta, Marcos Jucá, o Comandante Solon está avaliado em pouco mais de R$ 1 milhão, mas esse valor pode sofrer alterações devido ao estado da embarcação e ao desgaste natural pelo tempo. Por isso, uma reavaliação será necessária para determinar se houve depreciação.
“Já estamos encaminhando a documentação para a Procuradoria e a Controladoria, consultando as leis específicas para a execução do leilão e definindo qual secretaria será responsável pelo processo, se a Sead ou a Setrap”, explicou o secretário.
O Portal Seles Nafes mostrou a situação do Comandante Solon, símbolo do antigo Território Federal do Amapá. A embarcação está há mais de uma década sem uso, e atracada sob a ponte do Rio Matapi, entre Santana e Mazagão.
A embarcação, que operou no transporte de passageiros entre Santana e Belém, foi recuperada pelo governo do Amapá em 2012 após uma ação de reintegração de posse contra uma empresa de navegação que a utilizou por nove anos sem pagar aluguel. Desde então, o navio permanece sem uso, acumulando ferrugem e deterioração. Em 2016, houve um levantamento para leiloá-lo, mas a venda não ocorreu.
Histórico do navio
O Comandante Solon foi adquirido durante a gestão do ex-governador Annibal Barcelos e, durante seu período de operação, esteve sob responsabilidade da extinta Superintendência de Navegação da Amazônia (Senava). Com a desativação do órgão, a embarcação passou para a Setrap, mas parte da documentação original se extraviou no processo de transferência.
“Esse navio pertencia à Senava, que gerenciava o transporte marítimo no estado. Ele possuía toda uma estrutura que, atualmente, não temos condições de manter. Quando a Senava foi extinta, a responsabilidade passou para a Setrap, mas alguns documentos ficaram na Setrap e outros foram parar na Sead, sem que saibamos exatamente o motivo. Agora, estamos recuperando essa documentação para garantir que o leilão ocorra de forma legal”, afirmou Jucá.
O navio operava na rota Macapá-Belém-Macapá e guarda em seu casco a memória de inúmeras viagens feitas pelos amapaenses. Segundo Jucá, a embarcação ainda se encontra em bom estado de conservação, com maquinário e camarotes preservados, necessitando apenas da substituição de algumas peças afetadas pela ferrugem.
“O Solon ainda está em boas condições, precisando apenas de algumas trocas em compartimentos afetados pelo tempo”, destacou o secretário.
Além do navio, outros itens também serão leiloados, mas a quantidade exata ainda não foi divulgada.
“Inicialmente, estamos focados no leilão do navio Solon, mas já catalogamos outros bens, como três balsas, uma pá-carregadeira, motores e demais equipamentos que estão sendo avaliados”, finalizou Jucá.