Câmara de Macapá emite nota de repúdio após jornalistas serem barrados na Prefeitura

Episódio ocorreu na prefeitura de Macapá, após depoimento do secretário de comunicação da PMM, Juarez Menescal, que mandou impedir a entrada de jornalistas na PMM
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Da REDAÇÃO

A Câmara Municipal de Macapá (CMM) emitiu uma nota de repúdio contra o episódio em que jornalistas, entre eles Seles Nafes, foram barrados na Prefeitura de Macapá ao tentar entrevistar o secretário de Comunicação, Juarez Menescal. O secretário havia acabado de prestar depoimento na CMM para tentar esclarecer pagamento elevado e suspeito a uma empresa que pertencia a ele até quatro meses atrás.

Os veículos e páginas contratados pela prefeitura receberam valores expressivos, apesar de terem sido criados apenas neste ano. Um exemplo é a página Norte 360ap no Facebook, que, nesta quarta-feira (26), possuía apenas 77 seguidores. Quando tinha apenas 40 inscritos, a prefeitura desembolsou R$ 54 mil para veicular uma campanha publicitária no perfil, conforme comprova uma nota fiscal do serviço.

Tanto a agência contratante quanto o site são ligados à ex-esposa dele. Ela consta como administradora do perfil do site no Facebook e como proprietária da R S Porto Marketing.

Durante o depoimento, Menescal afirmou que o critério para a destinação de verbas públicas era os “números”, ou seja, o alcance das páginas, mas omitiu que foi dono da agência contratante até outubro de 2024, quando a empresa prestava serviços no gabinete do deputado federal Augusto Púpio (MDB), pelo preço de R$ 26 mil.

Momento em que a Guarda Municipal obedece ordens do secretário para bloquear passagem dos jornalistas para o segundo andar da PMM

Juarez Menescal momentos antes do depoimento na CMM…

…e ao mandar barrar jornalistas

A nota de repúdio foi assinada pelo presidente da CMM, vereador Pedro DaLua (UB), que manifestou solidariedade ao jornalista Seles Nafes, impedido de exercer sua função. Além de Nafes, outros seis jornalistas foram impedidos de subir para o segundo andar da prefeitura.

A nota de repúdio assinada pelo presidente da Câmara classifica o episódio como uma tentativa clara de intimidação e silenciamento da imprensa, logo após o momento em que a Câmara garantiu as prerrogativas constitucionais ao secretário de se defender.

A Câmara pediu providências ao prefeito Dr. Furlan para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer.

“Em nome da boa convivência entre imprensa e agentes públicos, que devem e precisam responder às demandas da sociedade, expresso minha solidariedade ao jornalista e reafirmo meu compromisso com a defesa da liberdade de imprensa”, destacou DaLua.

 

Seles Nafes
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