Da REDAÇÃO
Procuradores da República e promotores de Justiça se reuniram em Porto Grande, a 105 km de Macapá, para alinhar informações e definir estratégias de atuação diante do desastre ambiental ocorrido na região. No último dia 11, o rompimento da barragem ilegal no garimpo São Domingos, a 12h de barco da sede do município, despejou uma grande quantidade de lama e rejeitos de minérios no rio Cupixi, afetando a pesca e o abastecimento de água. A contaminação já alcançou o rio Araguari, ampliando os impactos ambientais e sociais.
Na última quinta-feira (13), o Ministério Público Federal esteve na área atingida para fiscalizar e acompanhar as ações dos órgãos responsáveis pela assistência à população e pela investigação dos danos ambientais. O procurador da República Milton Tiago Araújo de Souza Júnior participou de duas reuniões na cidade.
Pela manhã, o procurador esteve com o prefeito Elielson Moraes (MDB), que apresentou as medidas emergenciais adotadas, incluindo um plano de ação para atender às comunidades afetadas. Já na parte da tarde, a Promotoria de Justiça de Porto Grande sediou um encontro entre representantes de diversos órgãos para atualizar informações e alinhar providências.
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Flagrante da lama invadindo o rio Araguari. Foto: PMPG
Entre os principais pontos discutidos estavam o atendimento às famílias impactadas pela Defesa Civil, a coleta e análise da qualidade da água, e a distribuição de suprimentos básicos por meio de uma parceria entre uma agência da ONU e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Durante a reunião, também foi enfatizada a importância de uma comunicação eficaz entre os órgãos para evitar a propagação de desinformação. As informações colhidas durante as diligências irão subsidiar o inquérito instaurado pelo MPF.
O inquérito foi aberto no dia 12 para apurar as causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem. O MPF expediu ofícios a diversos órgãos, incluindo o Ibama, a Defesa Civil estadual, Agência Nacional de Mineração (ANM) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). A Polícia Federal no Amapá abriu inquérito policial para investigar possíveis crimes ambientais.
Peixe
Ontem (14), a Sema confirmou que a lama e a mancha escura chegaram a Porto Grande e Ferreira Gomes, e pediu que a população não consuma peixe enquanto as análises laboratoriais não ficam prontas.