A luta diária dos moradores de via tomada por buracos e alagamentos em Macapá

Travessa Liberdade fica no Bairro Jardim Felicidade, na zona norte da capital do Amapá.
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Por ALLAN VALENTE

A Travessa Liberdade, no Bairro Jardim Felicidade, zona norte, virou um cenário de risco para moradores e motoristas, que enfrentam diariamente buracos e alagamentos na via.

Com as chuvas, formam-se várias a grandes poças d’água, que transbordam e chegam as residências. Veículos são obrigados a realizar manobras perigosas para desviar dos buracos, o que tem resultado em prejuízos materiais e perigo para transeuntes.

Moradores têm que driblar …

… dos buracos e poças. Fotos: Allan Valente

Na última chuva, um ônibus atingiu uma fiação elétrica e quebrou a calçada de uma moradora após desviar de um buraco.

A travessa está localizada em um pequeno trecho do bairro Jardim Felicidade, entre a Rua João Paulo e a Rua do Horto Municipal. O local tem grande movimentação, mas agora sofre com as longas e assustadoras poças de água formadas por crateras.

A situação é tão crítica que a chuva já derrubou o portão de uma residência, obrigando os moradores a abrirem buracos nos muros para permitir o escoamento da água e reduzir o transtorno.

Feita há mais de 12 anos, a pavimentação está completamente deteriorada devido ao tráfego intenso de ônibus e caminhões, que comprometem a estrutura da via. Moradores explicam que a rua não possui estrutura para suportar veículos pesados, pois o material utilizado no asfaltamento é frágil.

“A rua foi asfaltada no mandato de Roberto Góes [ex-prefeito]. Na época, foi dito que o asfalto suportaria apenas veículos pequenos. Os ônibus passavam por outra rua. Hoje, não sabemos o motivo, mas estão utilizando esta via e já danificaram calçadas de residências”, reclamou um morador.

Carros e ônibus fazem manobras arriscadas para desviar dos buracos. Fotos: Allan Valente

Outro problema alarmante é a falta de acessibilidade para pedestres e ciclistas, que precisam dividir a rua com os veículos. Eles são obrigados a atravessar um trecho lamacento e esburacado, correndo o risco de serem atropelados por carros e motos.

“As crianças voltam da escola e precisam atravessar um verdadeiro rio ou, na pior das hipóteses, escorregar na lama e correr o risco de serem atropeladas”, alertou um morador que preferiu não se identificar.

Os moradores já solicitaram soluções à Ouvidoria do Município, mas a resposta foi desanimadora: o órgão afirma não ter recursos para atender o pedido. Um relatório do Corpo de Bombeiros já alertou sobre o problema, mas nada foi resolvido. Temendo mais adiamentos, muitos moradores optam por não se identificar.

Estudantes se arriscam diariamente na lama lisa. Fotos: Allan Valente

“Queremos resolver o problema da porta para fora. Pedimos apenas a instalação de uma manilha para escoamento da água, o que ajudaria a reduzir os alagamentos”, sugeriu uma moradora.

“Já fizemos vários pedidos, mas sempre recebemos a mesma resposta: temos que aguardar a entrada de recursos ou esperar a chegada do verão. Mas o tempo passa, entra e sai verão, e nada é feito”, desabafou Dionísio, morador da travessa, o único que não teve medo de se identificar.

Seles Nafes
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