Defesa de delegado afastado por fraude se posiciona e critica investigação

Materiais que teríam sido apreendidos na picape onde estava o assessor.
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Da REDAÇÃO

A defesa do Delegado Vladson Nascimento, alvo de um inquérito por supostamente forjar a prisão de Amadeu Moraes Júnior, atual namorado de sua ex-companheira e assessor do deputado federal Hildegard Gurgel (REP), classificou as investigações como “fragilizadas por irregularidades” e acusou a Corregedoria da Polícia Civil do Amapá de atuar sob pressão política.

​A defesa é representada pelo escritório Gabriel Oliveira Advocacia, que emitiu ao Portal SN uma nota de esclarecimento contestando as investigações. O comunicado enfatiza a presunção de inocência do delegado e repudia o que descreve como “campanhas midiáticas”, que visam prejudicar sua imagem.​

Delegado está afastado das funções. Foto: Arquivo SN

A nota do escritório de advocacia afirma que o delegado Vladson é reconhecido por sua atuação no combate ao crime no Amapá, tendo participado de prisões interestaduais de líderes de organizações criminosas em estados como Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Pará e Mato Grosso do Sul. Sua atuação também resultou na transferência de presos amapaenses para presídios federais, incluindo um ex-cunhado do assessor Amadeu Júnior.

VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA AQUI

Pressão política

As investigações contra o delegado baseiam-se em capturas de tela de conversas no WhatsApp e Instagram, que, segundo a defesa, foram obtidas de forma ilegal. A defesa destaca, ainda, que o delegado não participou da abordagem policial ao assessor do deputado, nem da lavratura do Auto de Prisão em Flagrante. Além disso, aponta que houve pressão política durante a lavratura do flagrante em Santana, para onde a ocorrência foi levada, para que o delegado plantonista não autuasse o assessor, o que, segundo a defesa, pode explicar a celeridade incomum e os métodos da investigação.​

Momento da abordagem ao carro do assessor

A defesa também afirma dificuldades impostas pela Corregedoria da Polícia Civil do Amapá no acesso integral ao inquérito desde a operação, apesar das solicitações formais. Em contrapartida, diz que “fragmentos sigilosos da investigação teriam circulado nas redes sociais de parentes do assessor do deputado”. Além disso, a defesa alega que a Corregedoria investigou indevidamente policiais militares que atuaram na Operação Protetor, desrespeitando a Constituição Federal, que atribui à Polícia Militar a competência para investigar seus próprios agentes, segundo diz o comunicado.​

Pedidos de prisão

Em relação aos pedidos de prisão preventiva contra o delegado, a defesa informa que o primeiro foi negado por falta de elementos concretos. O segundo, baseado na descoberta de substâncias entorpecentes em uma gaveta da delegacia, também foi negado, considerando que o gabinete era compartilhado por cinco delegados e que diversos agentes tinham livre acesso ao local.

A defesa ainda destaca que a Polícia Civil do Amapá possui um software avançado capaz de extrair dados de dispositivos eletrônicos, questionando a alegação de que não foi possível acessar os celulares apreendidos.​

O inquérito da Corregedoria foi encaminhado à 2ª Vara Criminal de Santana, determinou a suspensão por dois meses da ação penal por tráfico de drogas contra o assessor e sua esposa, aguardando a conclusão das apurações sobre possíveis irregularidades na prisão do casal.

Atualmente, Vladson Nascimento está afastado de suas funções de delegado de Polícia Civil.

Seles Nafes
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