Por LEONARDO MELO
O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) concedeu liberdade provisória ao ex-candidato a vereador de Macapá, Luanderson Oliveira Alves, o “Caçula”, investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento com a facção Família Terror do Amapá (FTA). Ele continuará respondendo ao processo sob monitoramento por tornozeleira eletrônica e está proibido de entrar em órgãos municipais, entre outras restrições.
A decisão foi tomada antes do Carnaval, mas só agora veio a público. Nas eleições do ano passado, Luanderson foi um dos alvos da Operação Herodes, da Polícia Federal, que prendeu apoiadores do prefeito Antônio Furlan (MDB) acusados de ligação com a facção no conjunto Macapaba, na zona norte de Macapá.
Acusado de coação de eleitores e associação criminosa, Caçula foi apontado pela PF como “gerente patrimonial” da organização. Ele conseguiu fugir durante o cumprimento dos mandados, mas teve sua prisão suspensa pela Justiça às vésperas da eleição, na qual recebeu 354 votos. No dia 7 de outubro, ele se apresentou à PF para cumprir o mandado de prisão, que foi mantido pela Justiça. Em novembro foi solto, mas voltou a ser preso em dezembro pelo Bope durante o cumprimento de um mandado por tráfico de drogas.

Então candidato a vereador ao lado do prefeito…

…ele foi preso em dezembro pelo Bope. Foto: Olho de Boto

Magistrado proibiu acesso em prédios da prefeitura
A defesa do ex-candidato negou todas as acusações, alegou abusos judiciais e destacou que ele é pai de uma criança autista que necessita de seus cuidados, além de possuir residência fixa. No entanto, em parecer no processo, a procuradora eleitoral Sarah Cavalcanti se posicionou contra o pedido de liberdade provisória.
Apesar disso, o juiz Normandes Sousa concedeu a soltura, mas impôs restrições devido ao risco de nova fuga. Entre as medidas, estão o monitoramento eletrônico, a proibição de entrar em prédios da prefeitura de Macapá – onde teria influência – e o veto a qualquer contato com outros investigados na operação.