Por SELES NAFES
O subcomandante da Polícia Militar em Oiapoque, major Uesclei Costa, determinou a apuração dos fatos que cercam a denúncia de agressão contra um professor da Universidade Federal do Amapá (Unifap), na madrugada do último dia 3, durante o Carnaval na fronteira. O oficial afirmou que, até o momento, nenhum caso semelhante foi oficialmente reportado à corporação em dois dias de festa.
“Estive pessoalmente no comando do policiamento nas últimas duas noites e não recebemos nenhum relato parecido. Fiquei de plantão até as 5h30, fui para o quartel elaborar o relatório e depois segui para casa. Acordei agora com essa notícia”, declarou o major.
O professor Rafael Costa Santos afirma ter sido agredido por policiais militares após gritar “Viva Lula” em tom provocativo enquanto comprava cerveja em um estabelecimento. Segundo ele, antes, havia feito a mesma brincadeira com um grupo de bombeiros, sem qualquer reação. No entanto, ao repetir a frase próximo aos policiais, teria sido violentamente agredido.
Ferido, o professor foi levado por alunos e moradores ao Hospital de Emergência de Oiapoque e, em seguida, ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), onde registrou um boletim de ocorrência.
O major Uesclei Costa informou que conversou com o diretor do campus da Unifap, que ficou de levar o professor para prestar depoimento no quartel. Depois disso, um relatório será encaminhado à Corregedoria da PM.
“Nós conhecemos todos os professores da Unifap. Somos parceiros. Mas, antes de tudo, é preciso apurar os fatos. Não recebemos nenhum relato disso, mas, no local onde ele diz que ocorreu a agressão há uma agência do Bradesco, e podem existir câmeras de segurança que ajudem a esclarecer o caso. Se foi nesse local, eu estava lá perto, mas não vimos isso”, afirmou o subcomandante.
“Também é importante saber se o professor não está confundindo os policiais com seguranças privados, que eram dezenas no meio da multidão. Eles estavam com fardas pretas e cacetetes”, acrescentou.

Professor Rafael no Ciosp de Oiapoque. Foto: Humberto Baía/SN
O subcomadante também destacou que os festejos em Oiapoque transcorreram de forma segura, sem registros de agressões ou homicídios, sendo considerados um dos Carnavais mais tranquilos dos últimos anos.
“Ajudamos e orientamos muitas pessoas alcoolizadas a chegar em casa. As pessoas se divertiram. Apesar disso, não somos onipresentes. Já determinei a apuração dos fatos. Conversamos com cada um dos policiais de Oiapoque que estavam no esquema de segurança, e nenhum deles relatou qualquer incidente do tipo. A cidade estava cheia de turistas franceses”, concluiu.