Professor da Unifap muda versão sobre agressão durante o Carnaval em Oiapoque

Rafael Costa Santos é retirado do palco por segurança na noite das agressões. Em depoimento, ele não deu certeza se autores dos ferimentos foram policiais militares
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Por SELES NAFES

O professor da Universidade Federal do Amapá (Unifap), Rafael Costa Santos, que denunciou ter sido agredido por policiais militares durante o Carnaval de Oiapoque, mudou sua versão sobre o ocorrido. Em relatório encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar, ele afirma que não tem certeza se as agressões partiram de uma equipe policial. O caso aconteceu na madrugada de segunda-feira (3), durante as festividades na cidade, localizada a 590 km de Macapá.

Inicialmente, Rafael declarou que foi espancado por policiais após gritar “Viva Lula” em tom de provocação ao passar por um grupo de PMs. Segundo ele, a reação dos militares teria sido desproporcional, resultando em ferimentos graves na cabeça e nas costas. O professor contou que populares intervieram para impedir que a violência continuasse, mas, no meio da confusão, acabou tendo pertences furtados, incluindo sua bicicleta.

Um vídeo obtido pelo Portal SN trouxe um novo elemento à investigação. As imagens mostram Rafael sendo retirado do palco da festa durante uma  apresentação, horas antes das agressões.

Fontes da investigação afirmam que existe a possibilidade dele ter sido agredido por seguranças privados depois do show, e que estavam espalhados em vários trechos do evento vestindo fardas pretas e portando cassetetes. A polícia ainda não encontrou imagens de câmeras que ajudem a esclarecer o caso, e também não identificou os autores.

Professor Rafael no Ciosp de Oiapoque. Em depoimento ao comando da PM, ele não deu certeza da autoria das agressões

Sem certeza

Ontem (5), em depoimento prestado ao comandante do Batalhão da PM em Oiapoque, major Nonato, Rafael admitiu não ter certeza sobre os autores das agressões.

“Ele não soube dizer ao certo se foram policiais militares. A partir da instauração do procedimento, que dará início às investigações, poderemos dizer se realmente foram policiais e identificar os envolvidos”, declarou o comandante ao Portal SN. A reportagem não teve acesso ao depoimento.

Segundo o comandante, dependendo da natureza do procedimento instaurado, a investigação pode levar de 20 a 40 dias.

Com a mudança na versão do caso e a divulgação do vídeo, a Corregedoria da Polícia Militar analisará todas as provas para esclarecer o episódio. O relatório da PM já foi encaminhado às autoridades responsáveis, e o professor passou por exame de corpo de delito para comprovar a extensão das agressões. 

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