Ação policial com morte de latrocida gera polêmica no interior do Amapá

Caso ocorreu no fim de semana, no município de Itaubal do Piririm, a 100 km de Macapá.
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Por RODRIGO DIAS

Um vídeo de apenas quatro segundos, gravado no município de Itaubal do Piririm, interior do Amapá, a 100 km de Macapá, tem inflamado debates e levantado questionamentos sobre a atuação da Polícia Militar em uma abordagem que culminou com a morte de Hiago Santana Cardoso, conhecido como “Netinho Cardoso”. As imagens, que viralizaram nas redes sociais, mostram parte da ação policial.

No vídeo, é possível observar Hiago Santana Cardoso com as mãos na cabeça, aparentemente rendido, no canto superior esquerdo da tela. Simultaneamente, outro indivíduo corre em direção a uma área de mata. Três policiais militares aparecem na cena. Um deles está próximo a Hiago.

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Um segundo policial permanece parado, aparentemente dando cobertura. A ação de um terceiro policial, que abandona a possível perseguição ao indivíduo em fuga e corre em direção a duas mulheres – aparentemente para conter a aproximação delas. Uma das mulheres carrega uma criança.

O curto vídeo traz sons de dois disparos, seguidos de gritos. Na sequência, Hiago Santana cai no chão. O caso ocorreu na tarde do último sábado (5), conforme informações que acompanham a divulgação do vídeo.

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A família de Hiago alega que se tratou de uma execução sumária, com tiros à queima-roupa, classificando o ocorrido como um “assassinato”.

O vídeo rapidamente ganhou grande visibilidade nas redes sociais, ultrapassando a marca de 410 mil visualizações em apenas uma página de notícias, com inúmeros comentários e compartilhamentos que expressam opiniões diversas sobre o caso.

Diante da repercussão, a reportagem procurou a Companhia de Operações Especiais (COE) do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). O capitão Laurent, comandante e porta-voz da Cia, apresentou a versão oficial da corporação sobre o ocorrido.

Segundo ele, durante a abordagem, o suspeito tentou acessar uma arma de fogo que estava em sua cintura, o que teria motivado a reação dos policiais diante do “iminente perigo”. O comandante informou ainda que Hiago estava acompanhado de um comparsa, também armado, que conseguiu fugir do local. No entanto não confirmou se é o homem que aparece no vídeo correndo.

Na posse de Hiago, a polícia diz ter apreendido uma pistola de uso restrito, de calibre ponto 40, que estava carregada com seis munições no carregador, além de mais dois carregadores municiados.

Vasta ficha criminal

O capitão Laurent explicou que equipes da COE estavam reforçando o policiamento no município de Itaubal, em resposta à crescente ação de organizações criminosas que têm afetado a população local.

A investigação policial revelou ainda que Hiago Santana Cardoso possuía um histórico criminal significativo, com pelo menos cinco processos em seu desfavor, incluindo três por latrocínios (roubo seguido de morte) e dois por tráfico de drogas.

Conhecido como Netinho Cardoso, suspeito morto tinha três passagens por latrocínios e duas por tráfico de drogas

De acordo com a polícia, Hiago era conhecido por sua extrema violência e por ser uma liderança na coordenação da distribuição de drogas no município. Ele também possuía parentesco com indivíduos envolvidos no mundo do crime, como seu primo, Ronald Kaua Cardoso de Sousa, principal suspeito de um homicídio e uma tentativa de homicídio ocorridos no bairro Infraero I, zona norte de Macapá. Neste último caso, a vítima teria sido salva pela PM de um “tribunal do crime”.

A polícia também informou que Marinalva Gomes Cardoso, tia de Hiago, possui um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas, sendo apontada como atuante na prática criminosa junto com o sobrinho.

“Hiago e parte de sua família são alvos de diversas investigações por parte da Polícia Civil que atua no município, onde consta um mandado de busca e apreensão em desfavor da residência de Hiago”, acrescentou o capitão Laurent.

O comandante finalizou informando que o BOPE mantém a operação de reforço do policiamento em Itaubal, com equipes da COE e da Companhia de Choque, com o objetivo de restabelecer a sensação de segurança na comunidade.

Seles Nafes
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