Da REDAÇÃO
A proposta de criação de uma Reserva Marinha no Arquipélago do Bailique tem mobilizado autoridades do Amapá. O tema foi debatido durante encontro entre o presidente da Câmara de Macapá, Pedro DaLua (União Brasil), e o vice-governador Teles Júnior (PDT), além de outros parlamentares. A audiência pública do dia 3 de maio que vai debater sobre a unidade está sendo articulada por uma ONG em parceria com o ICMBio, mas sem o envolvimento prévio do Legislativo municipal, o que gerou indignação.
A ausência de um convite formal aos vereadores foi o estopim para a mobilização, considerada fundamental diante da relevância do tema para a população local.
“A pauta é extremamente importante. Estão querendo criar uma reserva marinha dentro do município e simplesmente não convidaram os representantes do povo de Macapá. Alertados pelo vice-governador, estamos nos mobilizando para participar da audiência mesmo sem convite”, declarou.
“Jamais poderemos aceitar essa proposta. Vai prejudicar muitas famílias. Estarei lá ao lado da presidência da Câmara para dizer não a mais uma reserva que pode comprometer o desenvolvimento do nosso estado”, afirmou o vereador Ruzivan Pontes (Republicanos).

Vice-governador foi até a Câmara pedir que vereadores debatam o assunto. Fotos: CMM/Divulgação
“Nosso vice-governador trouxe uma pauta importantíssima para Macapá. Não aceitaremos que pessoas de fora tirem os direitos do nosso povo. E já mandado recado para nos aguardar. Estaremos no Bailique com uma comitiva no dia 3 de maio”, antecipou a vereadora Margleide Alfaia (PDT).
“Caso essa reserva venha ser criada, tudo vai para o estado do Pará? E como fica o povo amapaense? Não podemos aceitar isso calados. Vamos nos mobilizar para que a gente possa explorar o que é nosso com responsabilidade e ajudar a desenvolver esse estado”, acrescentou Joselyo (PP).
Teles Júnior destacou os impactos econômicos e territoriais da criação da reserva, principalmente no contexto da exploração de petróleo e gás.
“A instituição legítima para discutir qualquer intervenção territorial no município é a Câmara. Por isso, vim pedir apoio ao presidente DaLua para garantir a presença dos vereadores na audiência. Se essa reserva for criada, o Amapá perde a autonomia sobre áreas importantes para o desenvolvimento de projetos portuários que podem dar suporte à cadeia produtiva de petróleo e gás, caso a exploração na margem equatorial se concretize”.