Por JONHWENE SILVA, de Santana
O consumidor acostumado a almoçar ou jantar com o tradicional açaí está tendo que se desdobrar para custear o produto. Nas últimas semanas, no município de Santana, a 17 km de Macapá, o preço do açaí vem sofrendo variações constantes e, nesta segunda-feira (7), bateu a marca de R$ 30 o litro.
A escassez do fruto, aliada às fortes chuvas na região das Ilhas do Pará — de onde vem o açaí comercializado em Santana — são os principais fatores apontados para a alta.
O aumento no preço começou a ser sentido desde o início de fevereiro, quando as chuvas se intensificaram. Na “rampa do açaí”, tradicional ponto de desembarque e venda do fruto, o preço da saca não caiu e vinha mantendo uma média entre R$ 300 e R$ 350. Com isso, o litro do açaí variava entre R$ 18, R$ 20 e até R$ 25.

Preços variam …

… mas apenas para cima. Jonhwene Silva. Jonhwene Silva
“Não tem como baixar o preço do litro do açaí. Se isso acontecer, a qualidade cai. Isso é inevitável. Quando você vê o preço mais em conta, pode ter certeza que esse açaí não é grosso”, explicou Rosana Santos, dona de uma amassadeira.
Na noite desta segunda-feira, o litro chegou à impressionante marca de R$ 30 nas amassadeiras de Santana, e seguiu variando em estabelecimentos da cidade, com preços entre R$ 25 e R$ 28. De acordo com o comerciante Antônio Souza, a saca do açaí chegou a custar R$ 580.
“Infelizmente, não tem como vender o litro por um preço menor, senão a gente tem prejuízo. Além disso, prezamos por um açaí mais grosso e de qualidade. Mas, realmente, está muito caro”, reconheceu.

Segundo consumidores, no turno da noite, os preços aumentam ainda mais
A estudante Júlia Coutinho afirmou que está cada vez mais difícil manter o hábito de tomar açaí todos os dias e teme que precise abrir mão do consumo.
“Vejo pela dificuldade do meu pai, que compra todo dia pra gente. Mas não vai ter como continuar. Está muito caro”, lamentou.