Com ‘falhas graves’, MDB tem contas reprovadas

Partido comandado por Acácio Favacho usou recursos sem comprovação, e não investiu o fundo partidário na formação política de mulheres
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Por SELES NAFES

O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) rejeitou, por unanimidade, a prestação de contas do diretório estadual do MDB, presidido pelo deputado federal Acácio Favacho, referente ao exercício de 2023. A decisão foi motivada por diversas irregularidades, entre elas o uso indevido de recursos do fundo partidário e o descumprimento da cota mínima para a formação política de mulheres.

Segundo o processo, o partido não respeitou a exigência legal de destinar, no mínimo, 5% dos recursos do fundo partidário à capacitação feminina. Em 2023, o MDB recebeu mais de R$ 800 mil oriundos do fundo nacional da legenda, sendo obrigado a investir ao menos R$ 43 mil em ações voltadas à formação política de suas filiadas — o que não foi feito.

“É de natureza grave, a ensejar a desaprovação das contas”, afirmou o juiz Rivaldo Valente, relator do caso.

Em relação às despesas não comprovadas, o setor técnico do TRE-AP concluiu que o partido apresentou apenas os comprovantes de pagamentos bancários a fornecedores, sem documentação que especificasse os serviços ou produtos contratados, o que comprometeu a transparência da prestação de contas.

Diante das irregularidades, o relator determinou que o MDB devolva R$ 13 mil ao Tesouro Nacional, referentes aos recursos utilizados de forma indevida, além de pagar uma multa correspondente a 10% do valor das despesas não comprovadas. O partido também será obrigado a aplicar, ainda em 2024, os recursos que deveriam ter sido destinados à formação política de mulheres no ano anterior.

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