Gripe causa duas mortes de crianças no Amapá; governo emite alerta

O surto de síndromes gripais tem pressionado o sistema de saúde, que está lotado de pacientes com sintomas.
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Por RODRIGO DIAS

O Governo do Amapá confirmou, nesta quinta-feira (29), a morte de duas crianças com menos de seis meses de idade por um tipo de gripe que não está coberto pela vacinação convencional. Os casos acendem um alerta para o aumento de síndromes gripais no estado, que já enfrenta alta demanda por internações, especialmente entre o público infantil.

A primeira vítima foi um menino de 4 meses, com comorbidades, morador de Macapá, que faleceu no dia 22 de maio. O segundo óbito é de um bebê indígena de 1 mês e 12 dias, oriundo do município de Óbidos (PA), que morreu em 25 de maio. Uma terceira morte está sob investigação. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), não há registros de óbitos em adultos até o momento.

Situação de emergência

O estado está entre os 20 do país com aumento expressivo de casos de síndromes gripais e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O crescimento levou o Governo do Amapá a decretar situação de emergência em saúde pública no dia 20 de maio, devido à alta demanda por hospitalizações.

HCA e PAI operam com 92,16% de ocupação. Fotos: Ascom/GEA

Dados atualizados da Sesa mostram que o Hospital da Criança e Adolescente (HCA) e o Pronto Atendimento Infantil (PAI) operam com 92,16% de ocupação. Há 47 internações por SRAG em leitos clínicos e de UTI pediátrica.

A Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) mantém o estado em alerta, destacando a agressividade com que alguns vírus têm atingido principalmente crianças e idosos. Outros estados, como o Maranhão e o Paraná, já registraram 89 e 56 mortes, respectivamente.

Medidas e prevenção

Para conter o avanço dos vírus respiratórios, o Governo do Amapá adotou medidas emergenciais. Entre elas estão a reorganização do fluxo de atendimento para diagnósticos mais rápidos e precisos, ampliação de leitos e a adaptação de mais salas vermelhas (semi-intensivas) e brancas, que reduzem o risco de contaminação.

Há 47 internações por SRAG em leitos clínicos e de UTI pediátrica. Foto: Ascom/GEA

Embora a vacina seja a principal forma de prevenção contra doenças respiratórias graves, as autoridades reforçam que, no caso da gripe que causou os óbitos dos bebês, o imunizante disponível atualmente não oferece proteção. Por isso, a população deve intensificar os cuidados com medidas simples de higiene e comportamento:

  • Lavar bem as mãos;
  • Usar máscaras ao apresentar sintomas;
  • Evitar tocar o rosto e os olhos;
  • Evitar ambientes fechados se estiver com sintomas gripais;
  • Usar álcool em gel;
  • Manter alimentação saudável;
  • Hidratar-se adequadamente.

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma forma mais severa da síndrome gripal, que compromete a respiração e pode levar à internação. Os sintomas incluem febre, dores no corpo, tosse prolongada e dificuldade para respirar. As causas variam entre vírus, bactérias e fungos.

Em pacientes mais vulneráveis — como idosos e, como demonstram os casos recentes, bebês — a SRAG pode ser fatal se não for tratada de forma adequada.

Seles Nafes
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