Movimento quer colocar antiga estrada de ferro nos trilhos do turismo em Santana

As primeiras discussões iniciaram nesta sexta-feira (30), na Câmara de Vereadores do município que fica a 17 km de Macapá
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Por JONHWENE SILVA, de Santana

Um movimento liderado por autoridades, engenheiros e estudiosos do Amapá pretende transformar a antiga estrada de ferro do estado em um novo atrativo turístico. A proposta visa reativar a locomotiva e parte da linha férrea, desativadas desde 2014, para fomentar o turismo histórico e cultural na região.

As discussões sobre o projeto começaram oficialmente em uma audiência pública realizada nesta sexta-feira (30), na Câmara de Vereadores de Santana, município localizado a 17 quilômetros de Macapá. O encontro reuniu representantes políticos, especialistas e pioneiros com o objetivo de construir um plano de revitalização do espaço, que marcou a história econômica e social do Amapá.

As discussões sobre o projeto começaram oficialmente em uma audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Santana

Construída na década de 1950 pela mineradora Icomi, a ferrovia era utilizada para o transporte de minério de manganês e também de passageiros. Após décadas de operação, a linha foi desativada em 2014, quando estava sob responsabilidade da mineradora Zamin. Desde então, as estruturas e locomotivas vêm sofrendo com o abandono e o sucateamento.

A proposta inicial do movimento é transformar o antigo espaço da estação em um complexo turístico, com restaurantes, museus, lojas e serviços voltados ao público. Além disso, está em estudo a criação de um passeio turístico de trem, com percurso curto entre o porto de Santana e a rodovia Duca Serra, dentro do perímetro urbano.

“Isso é um sonho possível, muito viável e que começa a ganhar força a partir de agora”, afirmou Ester de Paula, que integra o grupo responsável pela iniciativa. Queremos atrair o trade turístico, com uma estrutura que valorize nossa história e gere desenvolvimento local”.

O projeto também conta com o apoio do secretário de Estado da Mineração, Jotávio Gomes, que destacou a viabilidade técnica e econômica da proposta.

“Com planejamento, estudos adequados e articulação por recursos, é possível reativar a ferrovia com finalidade turística”, disse.

Maquete ilustra ferrovia construída na década de 1950 pela mineradora Icomi

Apesar do entusiasmo, o grupo reconhece os desafios. Um levantamento inicial aponta que há ao menos 11 bairros nos arredores da ferrovia em Macapá e Santana, o que pode exigir desapropriações e elevar os custos da iniciativa. Para superar esses entraves, o movimento busca apoio da bancada federal do Amapá.

Presente na audiência, o prefeito de Santana, Bala Rocha, defendeu a mobilização conjunta para viabilizar o projeto.

“É fundamental que todas as esferas se envolvam para incluir o trem no trade turístico e potencializar também a riqueza mineral e ambiental do estado”, afirmou.

Ao final da audiência, foi criada uma comissão de trabalho com a assinatura de uma ata de compromisso entre autoridades, engenheiros, estudiosos e representantes políticos. O grupo deve intensificar os estudos e articulações para viabilizar a proposta.

Seles Nafes
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