Por RODRIGO DIAS
Mãe de Jenife Silva morre em Minas Gerais enquanto aguardava transplante de coração
Dois meses após o brutal feminicídio da estudante de medicina Jenife Silva, na Bolívia, a família enfrenta mais uma perda devastadora. Delma Garcia de Almeida, mãe de Jenife, faleceu na madrugada desta quarta-feira (18), em Minas Gerais, onde realizava tratamento enquanto aguardava um transplante de coração. Ela morreu enquanto dormia.
“Mais uma tragédia na família”, lamentou uma sobrinha nas redes sociais, resumindo o sentimento de dor e incredulidade dos parentes.
A família, que é natural do Amapá, agora se mobiliza para realizar o translado do corpo para sua terra natal, mas enfrenta dificuldades financeiras. Somente as passagens aéreas custam cerca de R$ 7 mil, além dos custos com o transporte funerário.

A família, que é natural do Amapá, agora se mobiliza para realizar o translado do corpo para sua terra natal
Para ajudar, foi criado um PIX solidário. Doações podem ser feitas para a chave CPF 029.146.662-17, em nome de Jessijeny Almeida da Silva, filha de Delma e irmã de Jenife.
Indiciamento por feminicídio
A morte de Delma ocorre no momento em que a família luta por justiça pela morte de Jenife. Na última segunda-feira (16), a Justiça boliviana formalizou o indiciamento por feminicídio contra o adolescente acusado pelo crime.
Segundo a advogada Darly Franco, que acompanha o caso, a decisão só foi possível graças à apresentação de provas contundentes, mesmo considerando a menoridade do autor.

Adeus a Jenife
“Deus está agindo. Essa é a primeira de muitas vitórias”, escreveu um familiar nas redes, ressaltando que, embora o indiciamento represente um avanço importante, o processo judicial ainda está em andamento na Bolívia.
Relembre o caso
Natural de Santana (AP), Jenife Silva, de 37 anos, foi encontrada morta em abril deste ano, dentro do apartamento onde morava, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde cursava os últimos períodos de medicina. Ela já havia concluído todas as disciplinas e aguardava apenas a emissão do diploma.
Mãe de dois filhos, Jenife foi assassinada de forma brutal, em um crime que chocou familiares, amigos e toda a comunidade brasileira na Bolívia e no Amapá.

Jenifer era de Santana, sua cidade natal
O acusado, um adolescente boliviano, segue apreendido em um centro socioeducativo do país. Desde o início, a família de Jenife enfrenta grandes dificuldades, especialmente financeiras, para garantir o andamento do processo. Entre os custos, estão cerca de R$ 17,5 mil em honorários advocatícios e despesas com uma nova autópsia, que precisou ser realizada após falhas na perícia inicial das autoridades bolivianas.