Reportagem revela contradições na origem indígena de deputada do Amapá

Silvia Waiãpi (PL) não teria nascido na terra indígena que inspira seu sobrenome político, e teria apresentado certidões de nascimento com anos diferentes
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Por SELES NAFES

Uma reportagem do portal UOL, publicada neste sábado (14), trouxe à tona uma série de contradições envolvendo a origem indígena e dados pessoais da deputada federal Sílvia Waiãpi (PL-AP). As informações levantadas pela reportagem colocam em dúvida a versão apresentada pela parlamentar sobre sua trajetória e vínculo com o povo Waiãpi.

De acordo com o UOL, Sílvia afirma ser indígena de nascimento e relata ter sido adotada ainda na infância por Pedro e Edenes Nobre Lopes. No entanto, lideranças indígenas e fontes próximas à comunidade contestam a versão, alegando que a deputada não possui reconhecimento como membro da etnia.

Entre os principais pontos levantados pela investigação estão as divergências nas certidões de nascimento apresentadas por Sílvia ao longo da vida. Em 1998, ao ingressar nas Forças Armadas e posteriormente na Justiça Eleitoral, ela apresentou um documento que indica sua data de nascimento como sendo 29 de agosto de 1975.

Já Edenes Nobre Lopes, que se apresenta como sua mãe biológica, declarou em vídeo que a filha nasceu em 29 de agosto de 1971. A diferença de quatro anos entre os registros levanta suspeitas sobre a real idade da parlamentar.

Outro ponto destacado pela reportagem é o depoimento da filha de Sílvia, que foi criada pela família Nobre. Em publicações nas redes sociais, a jovem negou que a mãe tenha ascendência indígena, alimentando ainda mais as controvérsias.

Deputada recorre da cassação por usar dinheiro de campanha em harmonização facial

A parlamentar também enfrenta problemas na Justiça Eleitoral. Em junho de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) cassou seu mandato sob a acusação de uso irregular de verba pública para realização de procedimentos estéticos. Apesar da decisão, Sílvia recorre ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e continua exercendo o mandato até o julgamento final.

A reportagem do UOL ainda aponta inconsistências em relação à formação acadêmica e trajetória profissional de Sílvia Waiãpi, que não teriam sido confirmadas pelas instituições citadas por ela.

Procurada pela reportagem, ela alegou que as questões levantadas pelo site ferem a política de proteção aos direitos da mulher. 

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