Sem diálogo e sem reajuste, rodoviários ameaçam parar em Macapá

Trabalhadores reclamam da falta de propostas por parte da maioria das empresas do setor e a ausência de diálogo com a Prefeitura de Macapá.
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Da REDAÇÃO

Trabalhadores do transporte coletivo da região metropolitana de Macapá podem deflagrar greve ainda nesta semana.

A categoria cobra recomposição salarial e melhores condições de trabalho, mas denuncia a falta de propostas por parte da maioria das empresas do setor e a ausência de diálogo com a Prefeitura de Macapá. Uma nova assembleia geral está marcada para a próxima sexta-feira (27), e pode decidir pela paralisação.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Amapá (Sincotrap), Max Delis, a última assembleia da categoria, realizada no dia 13 de junho, apresentou uma contraproposta que não foi respondida por empresas como a Expresso Marco Zero e Sião Thur.

Rodoviários ameaçam cruzar os braços. Foto: Divulgação

Apenas a Nova Macapá concedeu reajuste de 5,2% no salário e na cesta básica. Segundo Delis, o salário base dos motoristas sofreu um acréscimo de apenas R$ 128, e a cesta básica teve aumento de R$ 30.

“Temos duas pautas centrais: valorização econômica e melhorias no conforto dos ônibus e terminais. A categoria acumula funções, como dirigir e cobrar, e não recebeu nenhuma proposta concreta da maioria das empresas. Isso é um desrespeito”, afirmou Max Delis.

A campanha salarial 2025/2026 do Sincotrap reivindica, entre outros pontos: reajuste salarial de 8,26%, aumento da cesta básica para R$ 850,00 (R$ 950 para trabalhadores da estrada), vale-gás de R$ 100, retorno imediato dos cobradores ou pagamento de R$ 30 por dia aos motoristas que acumulam a função, PLR de até R$ 400, auxílio-creche, adicional noturno de 30%, e cláusulas sociais como licença-maternidade ampliada, redução da jornada para seis horas e plano de saúde para todos os trabalhadores.

Max Delis: “A categoria acumula funções, como dirigir e cobrar, e não recebeu nenhuma proposta concreta”

A contraproposta deliberada pela categoria na assembleia do dia 13 incluiu a manutenção do reajuste de 5,2% no salário e vale-refeição, pagamento de R$ 30 por dia a motoristas que também atuam como cobradores, horas extras com adicional de 100% aos domingos e feriados e 60% aos sábados, café da manhã no vale-refeição no valor de R$ 10 para os turnos da manhã e tarde, além do retorno do transporte para os trabalhadores e a aceitação de pagamentos via Pix no VR.

O sindicato ainda cobra da gestão municipal um posicionamento claro diante da precarização dos serviços e da retirada de direitos, como a extinção dos cobradores. “O prefeito Furlan precisa devolver os empregos dos cobradores. Dirigir e cobrar ao mesmo tempo é inaceitável”, finalizou Delis.

Seles Nafes
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