Por LEONARDO MELO
Uma megaoperação logística e de infraestrutura foi montada pelo Governo do Amapá para desobstruir o principal canal de acesso ao Arquipélago do Bailique, a mais populosa região ribeirinha de Macapá. O canal, de 11 km de extensão, vem sofrendo com o assoreamento, o que ameaça isolar milhares de moradores de comunidades da região.
As primeiras embarcações e máquinas já estão em deslocamento para o local e devem chegar até amanhã (7). A operação envolve uma draga de sucção e recalque, equipada com bomba de 483 kW e cortador de 55 kW, três embarcações de apoio logístico, uma embarcação-hotel e uma escavadeira.
De acordo com a Secretaria de Transportes do Estado (Setrap), serão retirados cerca de 440 mil metros cúbicos de lama e sedimentos acumulados no canal.
“Este é o maior trabalho de dragagem já realizado pela Setrap, tanto pelo volume de material a ser retirado quanto pelo impacto positivo que terá na infraestrutura e na vida dos moradores da região”, destacou o engenheiro civil Marlon Gomes, da Setrap.

Máquinas chegam neste fim de semana ao Bailique…

…com alojamento para equipes…

…draga e bombas
A dragagem permitirá que o trecho navegável alcance um calado de até 5 metros de profundidade e 12 metros de largura, possibilitando a passagem segura de embarcações de maior porte. Atualmente, com o canal assoreado, o acesso só é possível em embarcações pequenas, como as rabetas, principalmente durante o ‘inverno amazônico’.
Abaixo, vídeo mostra como os equipamentos irão operar ao longo de 11 km.
O investimento na operação é de R$ 8,9 milhões, e o cronograma prevê a conclusão dos trabalhos em até quatro meses. Segundo o governo, a dragagem vai restabelecer o transporte regular de pessoas e mercadorias para comunidades como Arraiol, Livramento, Santo Antônio, Monte das Oliveiras, Elusay, Vila Maranata, Equador, Monte Carlos, Filadélfia, Galileia, São Pedro e Igarapé Grande.

No ano passado, moradores de uma das comunidades chegaram a se unir para abrir um canal. Foto: Moroni Guimarães

Canal terá cinco metros de profundidade por 12 de largura
A Setrap reforça que o assoreamento pode voltar a ocorrer com o tempo, por isso, o canal será incluído em um programa permanente de monitoramento e manutenção para evitar novos episódios de isolamento.