Após aborto e ‘enterro’ de filha em quintal, ex-casal é indiciado

Crime começou a ser investigado no fim de 2024 em Santana, município a 17 km de Macapá.
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Por JONHWENE SILVA, de Santana

Um ex-casal foi indiciado pela Polícia Civil do Amapá por ocultação de cadáver, após a descoberta da ossada de um bebê enterrado no quintal de uma casa no município de Santana, a 17 km de Macapá. A mulher também foi indiciada por aborto. O ex-companheiro, além de ter participado do crime, era o pai da criança abortada – uma menina, enterrada ao pé de um açaizeiro.

O caso foi investigado pela Delegacia de Infância e Juventude de Santana (DIJS) e veio à tona no fim de 2024, quando o homem procurou a delegacia para denunciar a ex-companheira. No entanto, ele omitiu que também participou da ocultação do corpo. A motivação da denúncia, segundo apurou a Polícia Civil, foi uma disputa por guarda de outra filha do casal, de 6 anos.

Bebê foi enterrada ao pé de um açaizeiro

“No início, ele nos relatou que ela (a ex-esposa) havia enterrado a criança sozinha, que não sabia do aborto. Na verdade, o relacionamento deles era um relacionamento conturbado: várias agressões, ameaças, enfim. Ela nos informou que não queria ter a criança e confessou ter realizado o aborto. Ele procurou a gente aqui na delegacia e informou que não sabia do aborto e que ela havia enterrado sozinha. Contudo, durante a investigação, isso comprovado também por testemunhas, ficou revelado que ele auxiliou no sepultamento da criança, sim”, explicou o delegado Antério Almeida, titular da DIJS.

Ainda segundo o delegado, a denúncia teve motivação pessoal.

“Ou seja, no início, como eles estavam separados, ele queria a guarda da criança e a mãe não queria fornecer. O meio dele se vingar dela, achando que não seria prejudicado, foi vir aqui denunciar no intuito de prejudicá-la. Porém, durante as investigações, ficou confirmado que ele havia participado do sepultamento da criança”, reforçou o Antério Almeida.

Polícias Civil e Científica encontraram no quintal …

… os restos mortais do bebê alguns meses depois

A ossada da bebê foi encontrada no quintal da casa onde o casal morava, no bairro Remédios II. O material foi analisado pela Polícia Científica, que confirmou que se tratava de uma criança do sexo feminino, com aproximadamente sete a oito meses de gestação.

Em depoimento, a mulher confessou que tomou diversos medicamentos para induzir o aborto e, após o ocorrido, chamou o ex-companheiro para enterrá-la. Ambos foram indiciados: ela pelos crimes de aborto e ocultação de cadáver; ele, por ocultação de cadáver.

O inquérito foi concluído e encaminhado ao Ministério Público. O casal vai responder pelos crimes em liberdade.

Seles Nafes
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