Por SELES NAFES
Uma comitiva de representantes do Amapá e da direção da Petrobras esteve nesta segunda-feira (28) a bordo do navio sonda NS 42, que está a caminho do ponto onde serão realizadas as simulações de resposta a acidentes ambientais durante a exploração de petróleo na costa do Oiapoque. A embarcação está atualmente no litoral do Pará e deve chegar ao seu destino final no extremo norte do Brasil nos próximos dias.
A bordo estavam o governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e o presidente do Sebrae Amapá, Josiel Alcolumbre. A visita técnica teve como objetivo acompanhar de perto os protocolos e equipamentos de segurança da estatal, dentro do processo da chamada Avaliação Pré-Operacional (APO), etapa final antes do licenciamento ambiental para perfuração de poços na região da Margem Equatorial.
“A Petrobras tem a experiência de perfuração de mais de 3 mil poços em águas profundas e ultra profundas sem nenhum acidente registrado. Essa visita é importante porque vão mostrar pra nós, e vamos dividir isso com a população, os equipamentos, procedimentos e mecanismos de segurança”, explicou o governador Clécio.
O senador Randolfe Rodrigues também destacou a expectativa da equipe e a importância do cronograma ser respeitado.
“Aqui já estamos no hemisfério norte. Pertinho do nosso ponto no Amapá. Estamos a 36h. A última reunião é dia 13, não pode passar dessa data, pra ter a autorização pra chegar lá”, afirmou o parlamentar.
Entenda o contexto
A exploração de petróleo na Margem Equatorial, na costa do Amapá, é uma das prioridades da Petrobras, mas também um dos processos de licenciamento ambiental mais delicados dos últimos anos. Em 2023, o Ibama negou um pedido da estatal para perfuração de poço na região, apontando fragilidades no plano de resposta a emergências e lacunas nos estudos ambientais. A decisão gerou forte repercussão e mobilizou autoridades políticas do Amapá, que passaram a defender com mais intensidade o projeto de exploração.

Explanação sobre os mecanismos de segurança durante a pesquisa e exploração de petróleo
Desde então, a Petrobras apresentou novos dados, reforçou seus protocolos de segurança e passou a cumprir exigências adicionais impostas pelo órgão ambiental. A APO é uma dessas exigências e consiste na realização de simulações práticas que comprovem a capacidade da empresa em conter e mitigar danos ambientais em caso de vazamentos.
O navio sonda NS 42 partiu do Rio de Janeiro carregando uma série de equipamentos de segurança e sistemas de monitoramento. A expectativa da Petrobras é obter o licenciamento definitivo ainda no segundo semestre de 2025, destravando o início das operações exploratórias que prometem mudar o cenário econômico da região.