Por HUMBERTO BAÍA
No dia 27 de julho, o Amapá e toda a região Norte celebram um dos nomes mais importantes do teatro amazônico: Paulo Alfaia. Com uma carreira que ultrapassa seis décadas, Alfaia é ator, diretor, coreógrafo, professor e pesquisador — uma verdadeira força motriz da cena cultural local e além.
Com passagens pela Alemanha e pela Guiana Francesa — onde atuou como professor de língua francesa no Instituto Daniela Mitterrand —, Paulo Alfaia carrega uma trajetória internacional que reforça seu caráter cosmopolita. No entanto, foi no Amapá que ele fincou raízes e encontrou o palco ideal para desenvolver sua arte.

Há mais de 15 anos, Alfaia é uma das principais lideranças do grupo Os Desclassificáveis, uma coletiva de artistas que se tornou referência na resistência e valorização do teatro de grupo
Há mais de 15 anos, Alfaia é uma das principais lideranças do grupo Os Desclassificáveis, uma coletiva de artistas que se tornou referência na resistência e valorização do teatro de grupo no estado. Com ampla experiência na criação e circulação de espetáculos no Brasil e na Europa, o artista mantém uma busca contínua por uma estética inovadora e provocadora.
Suas montagens se destacam pela investigação das ancestralidades da terra e dos povos originários. Com uma linguagem que desafia os modelos sociais estabelecidos, Alfaia mergulha nas complexidades das relações humanas, abordando temas como gênero, poder, memória e fantasia.

Suas montagens se destacam pela investigação das ancestralidades da terra e dos povos originários
Para ele, o teatro é uma ferramenta de libertação e expansão dos horizontes intelectuais e sensoriais. “Estou na plenitude da minha arte e da minha vida”, afirma o artista, que neste 27 de julho celebra 60 anos de idade — e 30 de vida dedicada ao teatro. “Estes são os melhores anos que estou vivendo”, comemora.