Por JORGE ABREU, especial para o Portal SN
A macapaense Minerva Castro dos Santos acompanhou, em mais de um século de vida, profundas transformações no mundo. Presenciou as duas guerras mundiais, a ascensão e queda da União Soviética, a Guerra Fria, os avanços tecnológicos — como a criação da televisão —, a ditadura militar e a redemocratização do Brasil, além da elevação do Amapá à condição de estado, pandemias e outros marcos históricos.
Natural do Arquipélago do Bailique e ex-pescadora, Minerva celebrou, no dia 4 deste mês, seus 110 anos. Atualmente, vive no bairro Perpétuo Socorro, em Macapá, ao lado da família, mas dedicou a maior parte da vida à comunidade de Sucuriju, no interior do estado, onde construiu sua história. Teve nove filhos — três ainda vivos —, 16 netos, 22 bisnetos e sete tataranetos.

Por causa da idade avançada, não anda e enfrenta limitações visuais e auditivas, mas recebe acompanhamento médico regular em casa
Viúva ainda jovem, criou sozinha os filhos e nunca se casou novamente. Hoje, está aos cuidados de uma neta. Por causa da idade avançada, não anda e enfrenta limitações visuais e auditivas, mas recebe acompanhamento médico regular em casa, por meio da rede pública de saúde.
O açaí com peixe segue sendo seu prato preferido, ao lado do inseparável café. Porém, sua dieta é orientada por prescrição médica, com suplementos e vitaminas necessários ao organismo.
Nos dias de maior lucidez, Minerva gosta de cantar músicas que marcaram sua longa trajetória, como marchinhas de carnaval. Em um vídeo gravado pela família, aparece entoando o xaxado Mulher Rendeira, tradicional nas festas juninas.

Natural do Arquipélago do Bailique e ex-pescadora, Minerva celebrou, no dia 4 deste mês, seus 110 anos
Carinhosamente chamada de “vovó bebê”, em alusão ao cuidado constante que recebe, Minerva celebra não apenas aniversários, mas cada novo dia cercada de amor e carinho — privilégio de poucas famílias que contam com uma matriarca de 110 anos.