Grau em motos e bikes agora é protegido por lei em Macapá

A nova lei reconhece as manobras e acrobacias com motos e bicicletas como práticas esportivas e culturais na capital do Amapá.
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Por RODRIGO DIAS

A prática de manobras radicais com motos e bicicletas, popularmente conhecida como “dar grau”, agora é oficialmente reconhecida como esporte em Macapá – desde que praticada em locais apropriados e com segurança. A nova legislação foi sancionada pelo prefeito Antônio Furlan após aprovação do projeto de lei de autoria do vereador Bruno Igreja (MDB), e marca um avanço para os adeptos da modalidade.

O anúncio foi feito durante o 1º Torneio de Grau de Moto e Bike de Macapá, realizado no último domingo (3), no estacionamento do Parque do Meio do Mundo. O evento reuniu dezenas de competidores e contou com demonstrações de acrobacias sobre duas rodas.

“Foi lindo o torneio. Nosso projeto de lei foi sancionado pelo prefeito, e o grau é reconhecido como esporte. Foi uma alegria imensa promover esse evento. Esse é só o começo”, celebrou Bruno Igreja.

Lei abelece que o poder público deve incentivar a criação de espaços adequados e seguros para a atividade

A nova lei reconhece as manobras e acrobacias com motos e bicicletas como práticas esportivas e culturais no município. Ela também estabelece que o poder público deve incentivar a criação de espaços adequados e seguros para a atividade, além de promover eventos e ações educativas sobre segurança. A medida busca legitimar a prática, combater preconceitos e ampliar oportunidades para jovens praticantes, muitos deles oriundos das periferias da cidade.

A iniciativa, no entanto, não está isenta de polêmicas. O local do torneio – por exemplo – foi o mesmo onde, há cinco meses, um grupo de adolescentes foi abordado rigidamente por guardas municipais após executar manobras em calçadas utilizadas por pedestres e famílias. Na ocasião, o episódio gerou debate acalorado nas redes sociais e dividiu opiniões entre o direito ao lazer e a segurança coletiva, e também sobre possíveis excessos na abordagem dos guardas.

Embora a prática esteja agora reconhecida como esporte, ela continua proibida em vias públicas. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) classifica como infração gravíssima a condução de motocicleta realizando manobras perigosas em ruas, avenidas e rodovias — o que inclui empinar a roda dianteira. A penalidade pode envolver multa, suspensão do direito de dirigir e até recolhimento da carteira de habilitação.

Lei também prevê promoção de eventos pelo poder público e ações educativas sobre segurança e uso de equipamentos obrigatórios

Por isso, a nova lei prevê que o poder público incentive a criação de espaços adequados e seguros para a prática. Segundo os defensores da medida, o objetivo é combater estigmas e ampliar oportunidades para jovens praticantes.

Apesar da lei propor a criação justamente um local adequado, a opinião pública ainda se divide quanto à segurança no trânsito e à destinação de recursos públicos. O receio é que praticantes continuem a treinar suas manobras em vias públicas quando perceberem a ausência da fiscalização.

Seles Nafes
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