Por SELES NAFES
A Petrobras e o Ibama agendaram para o próximo dia 24 a Avaliação Pré-Operacional (APO) do projeto de exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial, no litoral do Amapá. O exercício incluirá um simulado de vazamento de petróleo, com duração prevista de três a quatro dias, considerado decisivo para a obtenção da licença de perfuração do poço exploratório.
O teste faz parte das exigências ambientais do Ibama, que em 2023 negou a autorização inicial. A expectativa do governo federal é que, ao longo dos próximos anos, a produção na área — com potencial estimado de até 30 bilhões de barris — gere cerca de R$ 1 trilhão em arrecadação.
Como será o simulado
A operação de teste vai envolver embarcações especializadas, instalação de barreiras de contenção e mobilização de equipes de emergência para avaliar a capacidade de resposta rápida em caso de derramamento. O desempenho será acompanhado por técnicos ambientais e poderá definir o aval para o início da perfuração.

Navio sonda que fará a perfuração do poço quando ainda estava no Rio de Janeiro
Segundo a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, a avaliação será conduzida de forma transparente e criteriosa. Se o exercício for bem-sucedido, a autorização formal poderá ser emitida ainda este ano.
O local a ser perfurado fica a 550 km da foz do rio Amazonas e a 170 km de Oiapoque, município na fronteira com a Guiana Francesa a 590 km de Macapá, a capital do Amapá.
Após a negativa do Ibama no ano passado, a Petrobras revisou o projeto para atender às demandas relacionadas à biodiversidade marinha e ao plano de contingência. A Margem Equatorial é reconhecida por abrigar ecossistemas sensíveis e rotas migratórias de espécies marinhas, o que aumenta a complexidade do licenciamento.
Defensores da exploração afirmam que o uso de tecnologia de ponta e protocolos rigorosos de segurança podem viabilizar a produção minimizando riscos ambientais, ao mesmo tempo em que o país aproveita um potencial econômico de escala global.