Ambiente de negócios conecta indústria de plástico com a bioeconomia do açaí, mel e castanha

Stand expõe os produtos, é discreto, mas já fechou 4 importantes contratos aproveitando a aproximação entre os empreendimentos que o pavilhão oferece.
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Por ELDER DE ABREU

O ambiente de negócios planejado na Expofeira do Amapá 2025 tem proporcionado a conexão entre centenas de empreendimentos embarcados no evento, que abriu as portas para a economia amapaense e o público no último sábado (30). Especialmente no pavilhão ExpoAmazônia tem dado certo a proposta de integrar diferentes cadeias produtivas.

Um dos exemplos mais claros é a Companhia de Plásticos da Amazônia (Complasta), que, em apenas três dias de feira, já firmou parcerias com empresas da bioeconomia ligadas ao açaí, ao mel e à castanha.

Entre os novos contratos estão a Bio + Açaí, referência na exportação do fruto, e a Iogurte Ouro Branco, que carrega o selo Amapá de qualidade. Para ambas, a Complasta vai fornecer recipientes de 1L e 1,5L. A cultivadora Colmeia, de Macapá, que trabalha com mel de abelha, também passa a ter embalagens produzidas pela indústria. Já a Cooperativa da Reserva Extrativista do Rio Iratapuru (Comaru) firmou parceria para o fornecimento de carotes destinados ao armazenamento do famoso óleo de castanha.

Empresa começou produzindo apenas as tampas dos garrafões, mas logo expandiu a produção

A gerente administrativa da empresa, Mariana Negrão, ressalta que o saldo da participação não poderia ser mais positivo em tão pouco tempo.

“Para nós, essa Expofeira está sendo muito proveitosa, estamos apenas no terceiro dia e já fechamos esses ótimos negócios com empresas que estão aqui dentro do pavilhão ExpoAmazônia. E ainda temos uma semana inteira pela frente”, comemora.

Pegada ambiental

A Complasta nasceu em 2018, no município de Benevides (PA), inicialmente para atender a demanda da indústria de água mineral. Começou produzindo tampas para garrafões de 20 litros e, logo depois, os próprios garrafões em polipropileno. Em 2022, transferiu sua sede para Macapá, onde dobrou a capacidade de produção e hoje emprega 35 trabalhadores locais.

Além do viés industrial, a empresa carrega forte compromisso com o meio ambiente. O processo funciona como um ciclo de renovação: para cada seis garrafões vencidos, a Complasta fornece um novo. O material antigo é triturado e encaminhado para fábricas que transformam o plástico em mesas, cadeiras e outros objetos, evitando que toneladas de resíduos acabem poluindo o meio ambiente.

Atualmente, além das tampas e garrafões para água mineral, mas a empresa fabrica em Macapá recipientes para sucos, farofas, iogurtes e outros produtos das cadeias produtivas da Amazônia

“Os nossos produtos têm a certificação Selo Amapá, que garante padrões exigentes de qualidade e também nosso compromisso ambiental. Nós somos mais que uma fábrica, somos um elo estratégico entre diversos negócios e os consumidores”, reforça Mariana Negrão.

Espaço que conecta

Inserida no coração da 54ª Expofeira do Amapá, a ExpoAmazônia é um dos espaços mais movimentados do evento. Com cenografia inspirada na biodiversidade amazônica, o pavilhão apresenta soluções de geração de renda e oportunidades que não dependem do desmatamento da floresta.

A proposta é servir como vitrine de projetos, empresas e cooperativas que transformam recursos naturais de forma sustentável, passando por cadeias produtivas como açaí, castanha, cacau nativo e óleos vegetais. Mais que negócios, o espaço reúne histórias inspiradoras e funciona como uma prévia do que o Amapá levará à COP30, em Belém, reforçando sua imagem de estado mais preservado do Brasil e ao mesmo tempo aberto a investimentos responsáveis.

Seles Nafes
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