Por RODRIGO DIAS
O sonho de uma carreira na segurança pública terminou em prisão para Werly dos Santos, 36 anos. Aprovado em concurso para Policial Penal e prestes a concluir as últimas etapas, ele foi detido em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e comércio ilegal de munições. A ação foi conduzida pelo Grupo Tático Aéreo (GTA) e expôs uma rede de fornecimento de munições que envolvia até um atirador esportivo legalizado.
A investigação começou após uma denúncia anônima recebida pela Coordenadoria de Inteligência e Operações da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Ciop/Sejusp), na quarta-feira (10). O relato apontava que Odileno Tavares, um CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), estaria usando sua licença para vender munições a facções criminosas.
O GTA abordou o carro de Odileno e, em seguida, o localizou em sua casa, no bairro Laurindo Banha. Ele autorizou a entrada dos agentes, que encontraram 132 munições calibre .38 escondidas em um armário de cozinha. Pressionado, confessou que fornecia o material a mando de Werly dos Santos, que se apresentava como policial penal.

Arma e munições apreendidas
Com a informação, a operação se dividiu. Uma equipe foi até a residência de Werly, no bairro Novo Horizonte, onde apreendeu cinco caixas de munição calibre .38, coldres e um carregador de pistola 9mm. Outra equipe localizou Werly em um supermercado próximo à UNIFAP. Com apoio do 1º Batalhão da PM, os agentes o abordaram e encontraram uma pistola 9mm na cintura e 15 munições no carro. Werly novamente se identificou como Policial Penal, mas não apresentou documento funcional.
Segundo o tenente Bryan Fonseca, do GTA, Werly já havia sido aprovado no concurso e cumpria as últimas etapas. Mas, o flagrante coloca em risco a carreira dele.
“Agora, em vez de assumir a função de proteger a sociedade, ele responderá por porte ilegal de arma de fogo e comércio ilegal de munições”, destacou.
Werly e Odileno foram levados ao Ciosp do Pacoval, junto com todo o material apreendido — centenas de munições, pistolas e acessórios táticos. A Polícia Civil investiga ainda um boletim registrado por Odileno, no qual ele alegava o furto de quatro armas de fogo.