Árvores gigantes são derrubadas por obra de linha de transmissão

Moradora ao lado do que restou de castanheira: Comunidade do Felipe, em Laranjal do Jari, acusa empresa de desmatamento ilegal
Compartilhamentos

Por SELES NAFES

Moradores da comunidade do Felipe, na reserva extrativista do Maracá, localizada às margens da BR-156, em Laranjal do Jari, no sul do Amapá, denunciaram ao Portal SN que a empresa Zopone Engenharia, responsável pela construção da linha de transmissão 230KV, estaria causando graves danos à floresta e desrespeitando famílias que vivem na região. O Portal SN tenta contato com a empresa.

Segundo relatos, representantes da empreiteira teriam oferecido R$ 1,3 mil para cada família assinar uma autorização permitindo pesquisas de solo na área. Os moradores afirmam que não receberam cópias do documento nem puderam fotografar o material apresentado.

Duas moradoras gravaram um vídeo no meio da floresta relatando a visita de funcionários da empresa, admitindo que assinaram mesmo sendo analfabetas.

Vieram me procurar aí na minha casa. Só pra mim assinar (autorização) pra eles entrarem na mata. Pagaram R$ 1,3 mil. Peguei a cópia para fazer a foto, mas ele (o funcionário) tomou da minha mão”, comentou uma delas num vídeo gravado por Moroni Guimarães, presidente do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).

Moradoras disseram que a castanheira derrubada sem permissão era a mais produtiva do terreno

Agora, a comunidade afirma que a empresa já está abrindo ramais, derrubando árvores — inclusive castanheiras gigantes— e montando torres de transmissão, em contraste com a promessa inicial de que nenhuma árvore seria afetada.  

Os moradores sustentam que se sentem enganados e que a situação ameaça diretamente sua subsistência, baseada em pequenas roças e na exploração sustentável da floresta. Eles também relatam que a movimentação de máquinas pesadas e a abertura de clareiras têm causado impactos ambientais que podem comprometer o equilíbrio ecológico da região.

Torre de transmissão sendo montada no terrenodas agricultoras

O presidente do MAB informou ao portal que uma denúncia foi formalizada nesta segunda-feira (1º) no Ministério Público Federal (MPF).

“Assinou documento e nem deram cópias ou permitiram tirar fotos do documento. Estão instalando uma torre nas terras dela, de onde tira sua subsistência e derrubou essa castanheira centenária que fornecia bastante frutos para eles colherem e venderem. São pessoas carentes que vivem da roça e da coleta de castanhas”, comentou Guimarães. 

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!