Por SELES NAFES
O ministro Marcelo Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do empresário Francisco Canindé da Silva, acusado de ser o mandante do assassinato de um fazendeiro idoso no município de Amapá, a 310 km de Macapá. No entanto, por cautela, o magistrado determinou a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar com monitoramento eletrônico, até que a justiça de primeira instância decida se o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) tem condições de garantir o tratamento médico necessário ao réu.
Os advogados de Canindé alegaram que ele sofre de problemas clínicos e de saúde mental, apresentando laudos que atestam mais de 26 atendimentos médicos, alguns de urgência, desde sua prisão preventiva. A defesa também sustentou que não haveria fundamentação para a manutenção da prisão cautelar.
Apesar de negar o habeas corpus, o ministro considerou que Canindé apresenta um quadro de saúde delicado que exige análise mais aprofundada em primeira instância. Ele destacou que o tribunal rejeitou a prisão domiciliar sem avaliar de forma detalhada os documentos apresentados nem a perícia médica pedida pelo Ministério Público.

Sargento provoca…

…empurra e atira

Canindé, acusado de ser o mandante, deixa picape durante os tirostiros
De acordo com a denúncia, Canindé teria articulado com um militar da reserva a execução do fazendeiro, com quem mantinha conflitos por terras. Em novembro de 2024, Canindé estava dirigindo a picape que abordou o fazendeiro Antônio Candeia, de 80 anos. O sargento da reserva do Exército, Antônio Carlos Araújo, foi filmado por um ocupante do carro provocando e depois empurrando o idoso, que recebeu o primeiro tiro antes de sacar o revólver. Ele morreu no local. O sargento está preso no quartel do Exército em Macapá.
A defesa de Canindé nega a versão e afirma que o acusado apenas visitava o imóvel quando houve uma discussão que terminou com a morte da vítima, sem participação direta dele.
Em maio deste ano, os dois tornaram-se réus no processo que irá a júri popular.