Por SELES NAFES
A juíza Lívia Simone, da Vara do Tribunal do Júri de Macapá, acolheu a denúncia do Ministério Público do Estado contra o empresário João Luís Pulgatti, acusado de disparar contra a residência de um delegado e atingir uma viatura policial estacionada no local, no condomínio Jardim Europa, na zona oeste da capital.
Na tarde do dia 4 de julho de 2025, o delegado da Polícia Civil foi surpreendido por disparos após o vizinho, o empresário Pulgatti, bater à sua porta, apontar uma arma e efetuar os tiros. Um dos projéteis atingiu uma viatura da corporação e, segundo relatos, o segurança do condomínio foi também alvo, mas não chegou a ser atingido.
A área foi isolada pela PM. Após negociações, Pulgatti permitiu a entrada das equipes, que encontraram no interior da residência a arma usada, munições, carregadores, dinheiro em espécie, documentos e certificados de registro de armas — exceto o da arma utilizada. Ele foi preso em flagrante, autuado por tentativa de homicídio, disparos de arma de fogo e dano ao patrimônio público.
Pulgatti possui um extenso histórico judicial — responde a pelo menos 88 processos, incluindo denúncia por violência doméstica, além de investigações antigas relacionadas ao tráfico de urânio e tório no Amapá.

Empresário continua preso na penitenciária do Amapá
Na decisão, a juíza considerou que havia “indícios de autoria e de materialidade delitiva”, elementos mínimos para deflagração da ação penal. A denúncia foi recebida contra Pulgatti por tentativa de homicídio, ameaça, dano qualificado (viatura policial) e porte ilegal de arma de uso restrito.
A denúncia também aponta duas vítimas diretas: o delegado Mauro Ramos de Moraes e o vigilante Sandoval Ferreira Gomes Júnior.
A juíza determinou que Pulgatti seja citado para apresentar resposta escrita à acusação no prazo de dez dias. Ele continua preso preventivamente no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).