Justiça manda afastar servidores do Iapen por abusos em presídio feminino; direção nega crimes

Decisão do juiz Paulo Madeira cita uso de spray de pimenta, comida estragada e risco de mortes
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Por SELES NAFES

O juiz Paulo César do Vale Madeira, da 2ª Vara de Fazenda Pública de Macapá, determinou nesta segunda-feira (22) o afastamento imediato de seis servidores do Iapen apontados em denúncias de tortura no presídio feminino. A decisão atende a um pedido da Defensoria Pública do Estado (DPE).

Entre os afastados está a coordenadora do presídio feminino, além de outros cinco servidores. O juiz ordenou que o delegado Luiz Carlos Gomes, diretor do Iapen, designe novos profissionais para as funções. E informou que o descumprimento da medida resultará em multa pessoal de R$ 1 mil por dia ao diretor do órgão.

A DPE aponta no processo supostos abusos que caracterizariam crime de tortura e maus, como uso de spray de pimenta contra presas, entrega de alimentos estragos e ausência de vacinação em detentas com covid-19. A Defensoria destacou ainda a ocorrência de óbitos de detentas e alertou para o risco de novas mortes se medidas urgentes não forem tomadas.

Delegado Luiz Carlos Gomes: falha de comunicação na resposta ao juízo. Foto: Rodrigo Dias/SN

Na decisão, o magistrado ressaltou que a direção do Iapen ignorou ordem judicial anterior e não apresentou qualquer resposta no prazo de 11 dias. Procurado pelo Portal SN, o diretor do Iapen negou os abusos, mas reconheceu que houve atraso na resposta ao juízo.

Houve uma falha de comunicação nossa com a PGE, mas as respostas serão dadas hoje para o juiz, com todas as medidas cumpridas”, afirmou.

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