Mãe entra na água para salvar o filho, mas acaba morrendo afogada

Momento em que bombeiro apanha o menino salvo por um surfista; garoto de 9 anos
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Por PEDRO PESSOA, de Belém

Mas ainda falta a minha mãe, ela tá no fundo!” A frase dita por um garoto de 9 anos marcou um resgate dramático na Praia do Marahu, em Mosqueiro, distrito de Belém a 70 km da capital paraense. A criança havia acabado de ser salva pelo surfista Fabrício Lima, que usou um stand up paddle para alcançar as vítimas.

Era por volta de 12h20 desta terça (9) quando o surfista foi chamado por um morador que suspeitava de um afogamento. De longe, banhistas não tinham certeza se se tratava de pessoas ou apenas galhos sendo levados pela correnteza. Fabrício pegou a prancha e remou cerca de 15 minutos até o local.

Ao se aproximar, percebeu o menino lutando para sobreviver. Testemunhas contaram que a criança ainda tentou salvar a mãe, mas não conseguiu. O surfista relatou que, ao colocar o garoto sobre a prancha, ouviu uma frase que nunca mais vai esquecer.

“Eu falei pra ele: ‘você está salvo’. Mas o menino respondeu: ‘mas ainda falta a minha mãe, ela tá no fundo’. Foi quando percebi que a situação era muito mais grave”, disse.

Fabrício transporte menino na prancha até a praia

Menino é retirado da água por bombeiro

A mulher, identificada como Sirleia Sodré, de 49 anos, não sabia nadar, mas entrou no mar para ajudar o filho. Pela força da correnteza, os dois foram se afastando da margem. Em determinado momento, ela se afogou e morreu. O menino chegou a permanecer em cima do corpo da mãe, pedindo ajuda.

Fabrício conseguiu manter o garoto seguro na prancha e, ao mesmo tempo, arrastou o corpo da mulher até a margem. Os dois foram levados até a beira da praia, onde o Corpo de Bombeiros já aguardava e assumiu os procedimentos.

Momento em que corpo da mãe é colocado na prancha

Após salvar o menino, Fabrício ouviu dele que a mãe continuava no fundo do rio: “Foi quando percebi que a situação era muito grave”

Testemunhas acreditam que mãe e filho ficaram mais de 40 minutos pedindo socorro antes do resgate. O menino, ainda sem saber da morte da mãe, foi encaminhado ao hospital e recebeu acompanhamento médico e do Conselho Tutelar. O pai, separado recentemente da mulher, recebeu a notícia do falecimento na Delegacia de Polícia de Mosqueiro.

O delegado responsável pelo caso afirmou que a prioridade agora é garantir suporte psicológico ao garoto.

É uma tragédia que comove a todos. A criança foi muito valente, tentou salvar a mãe, mas infelizmente não conseguiu. Vamos apurar as condições do afogamento e verificar se havia fatores de risco no local”, declarou. A Polícia Civil segue apurando o caso.

Seles Nafes
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