Da REDAÇÃO
A poetisa amapaense Carla Nobre protestou nesta quinta-feira (11) em frente ao Palácio Laurindo Banha, sede da Prefeitura de Macapá, denunciando que artistas locais contratados para a programação do Macapá Verão, realizado em julho, seguem sem receber pagamento, mesmo após mais de um mês das apresentações.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Carla afirmou que a inadimplência afeta dezenas de artistas que se apresentaram no evento e responsabilizou diretamente o prefeito Dr. Furlan pela demora nos repasses. Durante o protesto, ela segurava um pacote de sal — gesto simbólico em alusão à prática irônica de apoiadores do prefeito contra adversários políticos.
“Eu estou aqui, no Palácio Laurindo Banha, para dizer que os artistas locais se apresentaram no Macapá Verão e ainda não receberam. Trouxe o meu sal porque até agora não pagaram a gente. Então cansei de ficar conversando. Vim aqui porque é o prefeito que não tem compromisso com os artistas locais, que deixa os artistas sem receber. Já faz mais de 30 dias e ninguém dá uma resposta. Só saio daqui quando o dinheiro do artista estiver na conta da produtora que me representa”, declarou a poetisa.
Ela também afirmou que, a partir de agora, pretende realizar performances a cada dez minutos em frente ao prédio da prefeitura até ser recebida oficialmente.
“Se for preciso dormir, eu vou dormir aqui. Se for preciso almoçar, eu vou almoçar aqui. Só saio quando o prefeito mandar pagar o artista dessa cidade, porque é aqui que eu faço minha arte”, completou.
A manifestação da poetisa ganhou apoio de outros artistas. A cantora Suellen Braga, por exemplo, relembrou em comentário público que também enfrentou dificuldades para receber cachê de uma edição anterior do evento.
“Ano passado cantei no Macapá Verão e, após quase quatro meses de cobranças e ofícios ignorados, só consegui meu dinheiro quando fui para a internet reclamar. Não é nenhum favor pagarem a gente, é dever. O edital tem prazo para isso. Infelizmente, depois que fiz a denúncia, fiquei de fora de todas as programações. É muito triste, porque ninguém trabalha de graça”, desabafou.
A Prefeitura de Macapá e a Fundação Municipal de Cultura (Fumcult) ainda não se pronunciaram sobre as denúncias.