Por SELES NAFES
O relator da Comissão Processante da Câmara instaurada para apurar a agressão do prefeito de Macapá a jornalistas de Macapá, no dia 17 de agosto, concluiu que Antônio Furlan (MDB) não quebrou o decoro, o que poderia resultar em cassação do mandato dele. O relatório opina por uma advertência ao gestor e pelo arquivamento do processo do ‘mata-leão’.
O relatório surpreendeu os bastidores da comissão, já que Alessandro Monteiro (PDT) é da bancada de oposição. Em 18 páginas, ele cita o inquérito assinado pelo delegado que atendeu a ocorrência e tomou todos os depoimentos dos envolvidos.
O delegado, que já tinha manifestado admiração pelo prefeito nas redes sociais, enviou relatório da investigação ao Ministério Público afirmando que o prefeito teria agido em legítima defesa de terceiros. Furlan alegou em depoimento que duas assessoras estariam sendo agredidas pelo jornalista Iran Fróes, atitude que o vídeo, a principal prova do caso, não mostra. Além disso, o exame de corpo de delito deu negativo.

Vereador Alessandro Monteiro: sem justa causa
É exatamente em cima desse inquérito que o relator se baseou para afirmar que houve um desentendimento anterior entre os envolvidos. Ignorando o vídeo da agressão, o vereador destaca que Iran Fróes não passou por exame de corpo de delito, o que poderia produzir prova.
Para ele, os documentos do processo evidenciam que “houve um embate entre o denunciado e o denunciante, mostram que há acusação de ataques a duas mulheres, que houve provocação e a imediata retorsão (reação), e diante desses fatos que para além das palavras de um lado e comprovação com laudos técnicos de outro, a dúvida se mostra fundada”.

Vídeo foi ignorado pelo relatório
Alessandro avaliou que não existe “justa causa” para o andamento do processo.
“Todavia, entendo que há necessidade de se firmar uma advertência ao Senhor Prefeito, para que evite esse tipo de atitude”, concluiu.