Tribunal do Crime torturou jovem com deficiência e idoso bêbado, diz polícia

Grupo criminoso sediado no município a 17 km de Macapá era composto por quatro adolescentes e um adulto.
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Por JONHWENE SILVA, de Santana

Um grupo criminoso formado por adolescentes e um adulto sequestrou e torturou ao menos duas vítimas em Santana, município a 17 km de Macapá. De acordo com a Polícia Civil do Amapá, os suspeitos atuavam em julgamentos de rivais no chamado “Tribunal do Crime”, prática usada por facções para punir desafetos.

Os integrantes do núcleo criminoso – quatro menores de idade e um adulto – foram capturados na manhã desta sexta-feira (26) pela Polícia Civil de Santana, numa ação chamada de Operação Tormentum.

Torturadores fizeram sigla da facção no cabelo da vítima

Foram cumpridos quatro mandados de internação contra adolescentes e um de prisão contra o adulto, cujo nome não foi divulgado. Um dos menores é apontado como líder do grupo.

As investigações revelam que, no dia 15 de setembro, o grupo sequestrou um jovem com deficiência auditiva e transtornos mentais. A vítima foi mantida sob a mira de armas de fogo, agredida, teve o cabelo raspado e chegou a ser marcada com a sigla de uma facção cravada a faca no peito e na cabeça.

O delegado Bruno Braz, responsável pelo caso, afirma que o rapaz sobreviveu “por pouco”.

Outro episódio de violência foi registrado no início desta semana. Segundo a polícia, o grupo sequestrou um idoso em estado de embriaguez e o agrediu até desfigurá-lo.

Vítima ficou com vários …

… ferimentos na cabeça feitos por gilete

“Temos informações de pelo menos outros três julgamentos, mas as vítimas estão temerosas em denunciar. Acredito que, com a apreensão deles, novas denúncias devem aparecer”, acrescentou o delegado.

Ao todo, 18 agentes participaram da ofensiva, que contou com apoio da Operação Protetor e da Delegacia da Infância e Juventude de Santana.

Operação Tormentum capturou o Tribunal do Crime

Casa do terror

Durante a Operação Tormentum, investigadores chegaram até o local onde as sessões de tortura ocorriam: um casebre de madeira, sem moveis. O piso e as paredes são manchados com sangue das vítimas – há marcas no piso e nas paredes. A polícia filmou o local. Nas imagens é possível ver, em uma pia de alumínio, gotas recentes de sangue.

Manchas de sangue por todo o barraco

Era lá que as vítimas eram penalizadas com extrema violência e sadismo dos quatro adolescentes e do adulto. A polícia também encontrou, em celulares apreendidos, vídeos de uma das vítimas, amarrada e sendo torturada.

Seles Nafes
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