Por RODRIGO DIAS
Em sessão marcada por intensos debates, a Câmara Municipal de Macapá aprovou nesta terça-feira (9) o projeto de lei de autoria do vereador Joselyo (PP), que proíbe a construção de pontes e passarelas mistas — aquelas feitas com base de madeira e superfície de concreto — na capital. A proposta recebeu 10 votos favoráveis e 8 contrários.
A medida surge em meio a dúvidas sobre a durabilidade das pontes erguidas pela atual gestão municipal, que tem utilizado essa técnica. Segundo Joselyo, a combinação de materiais compromete a vida útil das estruturas. Ele explicou, durante o debate acalorado, que o objetivo é conter o desperdício de dinheiro num contrato de R$ 100 milhões.

Segundo Joselyo, a combinação de materiais compromete a vida útil das estruturas. Foto: Reprodução/Câmara
“A gestão tem construído pontes mistas, com base de madeira e concreto por cima. Entendemos que isso reduz a durabilidade. A ideia não é impedir obras, mas que elas sejam feitas de forma correta: se for de madeira, que seja 100% madeira; se for de concreto, que seja 100% concreto”, afirmou o autor do projeto.
Batizada pelo vereador como “pó compacto”, a proposta argumenta que o modelo misto seria uma forma de “maquiar” as condições das obras.
“A ideia não é proibir a construção, é não enganar o povo”, reforçou Joselyo.

Votação aprovou o projeto
O relator do projeto, vereador Banha Lobato, solicitou parecer técnico da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), que confirmou a menor durabilidade das pontes mistas. O tema dividiu o plenário: vereadores da base do prefeito defenderam a liberdade para adotar qualquer tipo de construção, enquanto os opositores ressaltaram a necessidade de obras mais seguras e duradouras.
Para Joselyo, a aprovação do Projeto de Lei nº 065 representa um avanço no controle de qualidade das obras públicas em Macapá, atendendo às demandas da população por infraestrutura mais confiável.