Da REDAÇÃO
O ex-secretário municipal de Assistência Social de Macapá, Pedro Filé Lourenço da Costa Neto, de 41 anos, afirmou estar com a “consciência tranquila” diante das acusações de violência doméstica que o levaram a deixar o cargo. Em nota divulgada nesta terça-feira (7), Filé disse confiar na Justiça e declarou que apresentará “todos os elementos necessários para demonstrar a verdade e a inocência”, mas que, por orientação jurídica e devido à medida protetiva vigente, não comentará publicamente o caso neste momento.
“Mantenho a consciência tranquila diante dos fatos e reafirmo minha convicção de que, no momento oportuno, apresentarei todos os elementos necessários para demonstrar a verdade e a minha inocência. (…) Esclareço, ainda, que o pedido de exoneração foi uma decisão pessoal, tomada para que eu pudesse dedicar atenção integral à condução dessa situação, sem prejudicar a continuidade e a eficiência da gestão pública”, declarou.

Decreto de exoneração
A exoneração de Pedro Filé foi oficializada no Diário Oficial do Município ontem (6), por decreto assinado pelo prefeito Antônio Furlan (MDB). No documento, a dispensa é descrita como feita “a pedido” do próprio secretário. No entanto, fontes próximas à gestão afirmam que a decisão ocorreu após forte desgaste político e pressão pública provocada pelas denúncias que circularam nas redes sociais. Interlocutores políticos ouvidos pela reportagem afirmam que o prefeito Furlan exigiu a saída para conter o impacto negativo à imagem da gestão.
As acusações foram feitas pela ex-companheira de 28 anos, que registrou boletins de ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Segundo os registros, ela relata ter sido vítima de abusos psicológicos, ameaças e invasões de privacidade, incluindo o roubo do celular, alteração de senhas de redes sociais, monitoramento constante, além de ofensas verbais e controle de movimentação. A mulher também pediu medidas protetivas contra o ex-secretário.
De acordo com o relato da vítima, o relacionamento teve início em janeiro deste ano, terminou em maio e foi retomado em junho, mas desde o começo era marcado por comportamentos possessivos e atos de controle.
Antes da crise, Pedro Filé era considerado um dos auxiliares mais próximos do deputado federal Vinícius Gurgel (PL), aliado de Furlan e figura de influência na atual administração municipal. Filé, jornalista de formação, comandava um dos maiores orçamentos da Prefeitura, à frente da Secretaria Municipal de Assistência Social.
Na nota, o ex-secretário encerra dizendo que o direito ao contraditório e à ampla defesa está garantido e que o caso segue sob sigilo judicial.

Acusações
Veja a manifestação na íntegra:
“Em respeito à imprensa e à sociedade, venho esclarecer que estou à inteira disposição da Justiça, na qual deposito plena confiança. Mantenho a consciência tranquila diante dos fatos e reafirmo minha convicção de que, no momento oportuno, apresentarei todos os elementos necessários para demonstrar a verdade e a minha inocência.
Por orientação jurídica e em razão da medida protetiva vigente, abstenho-me de comentar o caso publicamente neste momento. Lamento profundamente todo o ocorrido, mas entendo que qualquer manifestação deve ocorrer exclusivamente nos autos do processo, no tempo e forma devidos.
Esclareço, ainda, que o pedido de exoneração foi uma decisão pessoal, tomada para que eu pudesse dedicar atenção integral à condução dessa situação, sem prejudicar a continuidade e a eficiência da gestão pública, que demanda dedicação exclusiva.
Reforço, por fim, que o direito ao contraditório e à ampla defesa está plenamente assegurado”.