Por PEDRO PESSOA, de Belém
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre agenda oficial no Pará desde quinta-feira (2), acompanhando de perto os preparativos para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém no próximo mês.
Na quinta, Lula iniciou a agenda em Breves, na Ilha do Marajó, onde participou da inauguração de uma creche e da entrega de obras do Ministério da Educação. Com investimentos de R$ 126,9 milhões do Novo PAC, a construção havia começado em 2011, mas ficou paralisada por anos, assim como outras mais de 100 obras na região. O presidente esteve acompanhado dos ministros Camilo Santana (Educação), Rui Costa (Casa Civil) e Celso Sabino (Turismo).
As agendas no Marajó podem ter sido as últimas de Sabino no cargo. O ministro, que pediu demissão em setembro após pressões do União Brasil, permaneceu na função até a visita presidencial ao Pará.
Já em Belém, Lula vistoriou a Estação de Tratamento de Esgoto Una e participou da inauguração do Parque Linear da Nova Doca, além de anunciar novos investimentos em drenagem. Segundo a Casa Civil, mais de R$ 4 bilhões já foram aplicados em infraestrutura urbana, saneamento, mobilidade e espaços públicos da capital paraense. Entre as obras em fase final estão o Parque da Cidade, com 99% de execução, e a revitalização do Porto Futuro II.

Presidente visita obra de macrodrenagem. Fotos: Pedro Pessoa/SN
Pane no avião
Na noite de quinta, após o avião presidencial da Força Aérea Brasileira apresentar falha técnica ainda em solo, Lula participou de um momento de oração na Basílica de Nazaré. Ele próprio comentou o ocorrido:
“Eu fui pegar o avião para a Ilha do Marajó e teve um problema no motor. Eu só tinha que agradecer a Deus porque poderia ter tido um problema quando estivesse no ar. E teve quando eu estava em terra”.

Presidente visitou a Basíllia de Nazaré
Nesta sexta (3), Lula deu sequência às visitas em Belém. Pela manhã, esteve na Bacia do Tucunduba, que recebe obras de macrodrenagem e urbanização com investimento de R$ 168 milhões do BNDES, fundamentais para reduzir alagamentos. Em seguida, visitou o Porto Futuro II, onde inaugurou o Museu das Amazônias, dedicado à ciência, tecnologia e inovação do bioma, que já estreia com a exposição internacional “Amazônia”, de Sebastião Salgado.
Em discurso, o presidente rebateu críticas sobre os gastos para a conferência.
“As pessoas dizem que as obras da COP são só para ministros. Não existe obra só pra COP. A COP vai durar 20 dias, mas o legado ficará para o povo”.
Ainda nesta sexta, Lula esteve no Parque da Cidade, que abrigará as zonas Azul e Verde da COP30, destinadas às negociações e debates climáticos. Ele reforçou que a conferência não será “a COP do luxo”, mas sim um evento de sustentabilidade, inclusão e protagonismo da Amazônia no debate climático global.