Por JORGE ABREU
“O balé sempre foi importante na minha vida. Aos 4 anos comecei a fazer aulas, me apresentar e participar de festivais”. Este é o depoimento de uma pequena bailarina tucuju que já alcançou uma conquista muito grande para o seu futuro promissor.
A amapaense Maria Eduarda, de 9 anos, foi selecionada para a Escola do Teatro Bolshoi, que fica em Joinville (SC) – única filial no país do famoso Teatro Bolshoi da Rússia. A etapa final aprovou 18 crianças dentre mais de 3.200 candidatas do Brasil, Peru, Argentina e Venezuela.
“Agora, com a minha aprovação na Escola Bolshoi, eu realizarei o meu sonho de me tornar uma bailarina profissional”, declarou ao Portal SN, Duda – como é chamada carinhosamente pela família e pelos amigos do balé.
O sonho dourado da Duda passou a ser também dos pais, o empresário Rafhael Quaresma e a médica Caroline Pastana. A família pretende, desde então, se mudar para Joinville e começar uma nova vida em busca do sucesso da menina.

3,2 mil inscritos para 18 vagas
“Isso tudo é muito novo. Nós estamos indo para outra cidade, onde não temos ramificação nenhuma, nem conhecemos ninguém. Vamos trilhar nosso caminho lá junto com ela. A realização do sonho dela se tornou uma aventura para a nossa família”, disse o pai, orgulhoso.
Inspiração
Duda escolheu ingressar no balé e se inspirou em ginastas brasileiras, segundo os familiares. Ela recebeu incentivo desde o início da professora de balé Alana Lins, proprietária de um dos maiores centros de dança do Amapá e responsável pela formação de diversos artistas.
O início das aulas na Escola Bolshoi está previsto para março de 2026. Até lá, a família da bailarina planeja uma nova rotina e busca postos de trabalho na maior cidade catarinense em PIB (Produto Interno Bruto) e em população – superior à capital Florianópolis.
“Estamos indo para realizar o sonho dela. A parte mais ‘fácil’ nós já conseguimos, que foi a aprovação na escola. Agora vem a difícil: a questão da mudança de cidade. Nós vamos começar do zero”, frisou Quaresma.

Duda sempre teve inspirações
Nas aulas de balé, Maria Eduarda é atenta às correções, busca aprimorar seus movimentos e tem um brilho especial ao dançar, segundo relato de sua professora Alana. Seu treinamento é inspirado no método da bailarina russa Agrippina Vaganova (1879–1951), também utilizado na Escola Bolshoi.
“A Duda sempre se destacou pela disciplina e pela curiosidade em aprender. Desde muito pequena, demonstrou sensibilidade artística e uma postura muito comprometida com cada detalhe das aulas. É uma aluna que alia talento natural à dedicação constante”, detalhou.
Para Alana, a dança no Amapá precisa de apoio, políticas culturais e visibilidade para se consolidar cada vez mais como profissão e instrumento de educação. Dessa forma, o desenvolvimento técnico e artístico dos alunos ganhará mais espaço no cenário nacional.
“No Centro de Dança Alana Lins, trabalhamos com uma metodologia que une técnica, sensibilidade e formação humana. Buscamos não apenas formar bailarinos tecnicamente preparados, mas também conscientes do seu papel e do poder transformador da arte”, finalizou a professora de balé.
 

