Brasil pode voltar a importar petróleo sem exploração na costa do Amapá

De acordo com levantamento da CNN, Margem Equatorial é vista como essencial para evitar queda na produção nacional a partir de 2031
Compartilhamentos

Por SELES NAFES

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil pode enfrentar um declínio na produção de petróleo já na próxima década, o que colocaria o país novamente na posição de importador do produto, segundo informou a CNN nesta terça-feira (21). O estudo projeta que o pico de produção será alcançado em 2030, com 5,3 milhões de barris por dia, dos quais quase dois terços virão do pré-sal.

A partir de 2031, entretanto, o cenário se inverte: a produção começaria a cair para 5,1 milhões de barris diários, chegando a 4,4 milhões em 2034 — último ano das estimativas apresentadas. Diante desse quadro, o governo federal aposta na abertura da Margem Equatorial, especialmente na Costa do Amapá, como a nova fronteira estratégica de exploração.

Sem essa expansão, o país corre o risco de voltar a importar petróleo até 2035, segundo o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa.

É um cenário que me preocupa”, afirmou o executivo, lembrando que as bacias de Santos e de Campos já dão sinais de esgotamento.

Ele também destacou que, enquanto na década de 2000 o Brasil chegou a perfurar mais de 150 poços por ano, em 2024 foram apenas seis.

Novos licenciamentos

Ontem (20), depois de cinco anos de discussões técnicas, o Ibama autorizou a Petrobrás a perfurar o primeiro poço de sondagem, mas a produção também vai requerer licenciamento ambiental e outras etapas burocraticas.

Presidente Magda Chambriard com o governador Clécio Luís nos EUA. Foto: Arquivo SN

A estimativa da Petrobras é que em 2029 já estejam sendo produzidos no Amapá 1,1 milhão de barris diários.

Projeções internas do Ministério de Minas e Energia (MME) reforçam o alerta: sem investimentos na Margem Equatorial e em novas frentes exploratórias, a produção nacional pode despencar para 2,5 milhões de barris diários em 2040 e apenas 500 mil em 2055.

As estimativas da Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis apontam que o país deixaria de arrecadar cerca de R$ 3 trilhões em royalties e participações especiais nas próximas três décadas.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!