Por RODRIGO DIAS
Profissionais da educação da capital amapaense realizaram um ato de dois dias (16 e 17) em frente à sede da prefeitura, cobrando celeridade em pautas cruciais para a categoria. Utilizando cadeiras de praia, carro de som e ocupando tendas, o movimento pressionou a gestão municipal por progressões salariais atrasadas e a finalização do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR). As aulas na rede municipal devem ser retomadas integralmente na próxima segunda-feira (20).
A paralisação envolveu um amplo leque de profissionais, incluindo professores, pedagogos, auxiliares de educação, merendeiras e outros servidores do quadro efetivo. As cobranças se concentraram em questões financeiras e estruturais, conforme detalhado pelos representantes sindicais.
O professor Alberi Amaral, diretor da executiva municipal do SINSEPEAP, destacou a urgência das reivindicações, especialmente a concretização do PCCR, que se arrasta há anos.

Professores assinaram a lista de reivindicações. Foto: Rodrigo Dias

Professor Alberi Amaral, diretor da executiva municipal do SINSEPEAP, destacou a urgência das reivindicações, especialmente a concretização do PCCR, que se arrasta há anos
“Queremos chamar a atenção do prefeito de Macapá, para a liberação das nossas progressões que estão atrasadas, para a concretização do nosso PCCR, que é o grande Plano de Cargos de Carreira do setor da educação, que está demorando muito, já está com mais de três anos nesse processo aí,” declarou o professor Amaral.
Além das pautas internas da categoria, a paralisação também levantou questões ligadas à qualidade da educação. A professora Tatiane Campos, do movimento “Educação a Mil”, alertou para problemas graves que impactam os estudantes.
“Estamos esses dois dias aqui na frente da Prefeitura fazendo reivindicações sobre os nossos direitos e também dos direitos das crianças que estão nas escolas, sem merenda, não foi feito o repasse do caixa escolar e esse déficit causa prejuízos, danos a toda a estrutura da educação municipal, de modo que sentimos o colapso se aproximar,” afirmou a professora Tatiane.
Ela também citou o atraso no pagamento de estagiários e de colaboradores essenciais (limpeza e merenda), que ficaram até três meses sem receber.

. As cobranças se concentraram em questões financeiras e estruturais, conforme detalhado pelos representantes sindicais

Professora Tatiane Campos: “Estamos esses dois dias aqui na frente da Prefeitura fazendo reivindicações sobre os nossos direitos”
Diante da mobilização, a categoria foi chamada para uma mesa de negociação na manhã desta sexta-feira (17). O encontro resultou em um acordo parcial, que garantiu o atendimento de algumas demandas financeiras.
Segundo o professor Alberi Amaral, a e gestão municipal se comprometeu a: pagar uma progressão no contracheque de outubro; devolver os descontos indevidos de férias em duas parcelas: metade em outubro e a outra metade em novembro.
No entanto, a pauta mais importante, o PCCR, teve o prazo dilatado.
“Deram o prazo de 30 dias para que o nosso PCCR saísse da Secretaria Municipal de Educação e fosse para as outras Secretarias de Gestão, Planejamento e Finança, e depois ir caminhar para Procuradoria Geral. É um prazo longo, nós achamos, mas nós vamos estar em cima, vamos estar cobrando,” disse o diretor do SINSEPEAP.
A professora Tatiane Campos confirmou o adiamento do PCCR por falta de parecer jurídico.
“Contudo o mais importante para nós, que era o nosso Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) foi adiado. Então agora, a partir desse momento, ele estende esse prazo e a luta permanece, porque nós vamos estar continuamente na busca dessa valorização,” concluiu.
Com o diálogo, a categoria decidiu suspender a paralisação. O professor Amaral garantiu, no entanto, que a classe “está em alerta” e pronta para retomar a mobilização se os acordos firmados não forem honrados.