Da REDAÇÃO
Uma operação integrada foi deflagrada para identificar os responsáveis por queimadas criminosas que ameaçam a Reserva Biológica do Lago Piratuba, uma das áreas de conservação mais importantes do Amapá, com cerca de 400 mil hectares distribuídos entre os municípios de Amapá e Tartarugalzinho.
O fogo foi detectado a aproximadamente quatro quilômetros da zona protegida e representava risco de propagação em razão das altas temperaturas e da seca intensa do verão amazônico.

Queimada chegou perto do limite da reserva
A ação foi desencadeada após denúncias de focos de incêndio às margens do rio Macari, que serve como referência geográfica para os limites da reserva. Diante da gravidade da situação, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) solicitou apoio da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que mobilizou o Grupo Tático Aéreo (GTA) e a Polícia Civil para dar suporte terrestre e aéreo às equipes ambientais.
Na manhã desta quarta-feira (29), uma equipe do GTA sobrevoou o local da queimada criminosa. Imagens feitas de dentro do helicóptero dão a dimensão dos estragos que as chamas deixaram na vegetação nativa e mostram a proximidade da área de reserva.

Policiais estão no local coletando provas e investigando suspeitos
De acordo com a Sejusp, a operação prevê medidas administrativas, cíveis e penais contra os envolvidos, além da coleta de provas para subsidiar futuras investigações e prisões em flagrante. O objetivo é conter o avanço do fogo e punir os responsáveis, coibindo práticas que há anos causam prejuízos ambientais e econômicos à região.
O secretário de Segurança Pública, Cézar Vieira, explicou que o trabalho busca inibir a ação humana que provoca incêndios e compromete ecossistemas inteiros.
“Recebemos o chamado do ICMBio e mobilizamos nossas equipes para verificar o incêndio que se aproximava da reserva. O objetivo é coletar provas e, se possível, efetuar prisões em flagrante. Quem for identificado será levado à Justiça para responder pelos crimes cometidos”, afirmou.

Região enfrenta severa estiagem, o que deixa o ambiente à mercê de incêndios
Vieira ressaltou ainda que os incêndios criminosos afetam produtores rurais, criadores de búfalos e comunidades próximas, exigindo grande estrutura do Estado para conter as chamas.
“É um comportamento inaceitável, que será enfrentado de forma rigorosa. O Governo do Amapá vai continuar apoiando as ações dos órgãos ambientais estaduais e federais em todo o território amapaense para reprimir condutas que ameaçam o meio ambiente e a segurança da população”, completou.

