Pescador que matou adolescente afogada na lama pega meio século de prisão

Camisa com homenagem a Maria Clara: em setembro de 2023, ela saiu de casa para comprar pão e encontrou o monstro Cláudio Roberto
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Por SELES NAFES

A Justiça do Amapá condenou a 54 anos de prisão o pescador Cláudio Roberto da Silva Ferreira, de 45 anos, pelo estupro e assassinato de Maria Clara, uma menina indígena de 15 anos, em 2023, no município de Oiapoque, a 590 km de Macapá.

De acordo com o processo, Cláudio Roberto abordou a adolescente quando ela saiu de casa para comprar pão em uma área de ressaca. No local, repleto de lama e fezes, a jovem foi estuprada e afogada, mas conseguiu fugir. O criminoso foi preso em flagrante pela Polícia Civil, ainda sujo de lama.

Com os pulmões encharcados de resíduos, Maria Clara foi transferida em estado grave para um hospital em Caiena (Guiana Francesa), onde morreu quatro dias depois.

A Defensoria Pública chegou a adiar o julgamento, que estava marcado para junho deste ano, alegando risco à integridade física do réu, mas o júri foi mantido em Oiapoque.

Pescador foi preso por policiais civis

Maria Clara ao lado do pai, que agora tenta a guarda definitva do neto

Maria Clara pertencia à etnia Karipuna e era mãe de um menino de três anos. Segundo informou o pai da vítima ao Portal SN, os avós tentam a guarda definitiva da criança.

Cláudio Roberto foi condenado por estupro qualificado, homicídio qualificado e furto simples. O juiz que proferiu a sentença isentou o réu do pagamento das custas processuais, considerando sua falta de condições financeiras.

Menina foi transferida para Caiena, onde morreu

Na decisão, o magistrado também explicou que não foi possível fixar indenização por danos morais, já que o pedido do Ministério Público foi genérico e sem base de cálculo:

“Não sendo possível sua fixação de ofício, além do réu ter sido acompanhado pela Defensoria Pública por todo o processo e ser evidente a sua falta de capacidade econômica”, registrou o juiz.

A sentença encerra um dos casos mais brutais registrados no Amapá, marcado pela violência extrema e pelo sofrimento de uma família que ainda busca justiça e paz após a perda da jovem.

Seles Nafes
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