Por SELES NAFES
O senador Lucas Barreto (PSD-AP) fez um alerta no plenário do Senado sobre o alto custo que a Petrobras vem arcando para manter, sem operação, o navio-sonda posicionado na costa do Amapá. Segundo o parlamentar, a estatal gasta cerca de R$ 5 milhões por dia enquanto aguarda a liberação do licenciamento ambiental pelo Ibama para iniciar a perfuração do primeiro poço exploratório na Margem Equatorial.
De acordo com Lucas Barreto, o contrato de locação da embarcação se encerra no próximo dia 21 de outubro, e a manutenção do navio parado representa um desperdício de recursos públicos. O navio está desde de meados de setembro na costa do Amapá, quando realizou as simulações supervisionadas de acidentes.
“A Petrobras gasta US$ 1 milhão por dia para manter a plataforma posicionada no ponto onde será perfurado o poço”, afirmou o senador.
O local previsto para perfuração fica a cerca de 170 quilômetros da costa de Oiapoque, em uma profundidade de 2,8 mil metros. O projeto é considerado estratégico para o futuro energético do país, mas vem enfrentando sucessivos atrasos por conta das exigências ambientais.
“Sem o licenciamento, constantemente postergado pelo Ibama, a empresa será obrigada a firmar um novo contrato, ainda mais caro, para dar continuidade ao programa exploratório”, alertou o parlamentar.

Navio está parado na costa do Amapá desde setembro. Foto: Ascom/GEA
Lucas Barreto também criticou o que classificou como um “discurso alarmista” em torno da exploração de petróleo na região.
“Por essa região passam, por dia, mais de 1,2 mil navios de grande porte transportando petróleo cru, além de outros 1,3 mil que acessam a foz do Amazonas levando cargas diversas. Não se ouvem protestos do Greenpeace”, comparou.
O senador defendeu que o debate sobre a exploração na Margem Equatorial seja pautado pela racionalidade técnica e pelo desenvolvimento sustentável, sem prejuízo à geração de empregos e ao crescimento do Amapá.