Praça Floriano Peixoto em Macapá: entre a história e o descaso

O lago principal da praça está tomado por sacolas plásticas, latinhas, embalagens de salgadinhos, recipientes de marmitex, balões, descartáveis e garrafas PET.
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Por RODRIGO DIAS

Considerada um importante patrimônio histórico e cultural de Macapá, a Praça Floriano Peixoto – carinhosamente conhecida no passado como “Praça do Sapo” – vive, atualmente, uma triste realidade de abandono e degradação. Quem passa pela área central da cidade, delimitada pelas avenidas Antônio Coelho de Carvalho e Pedro Baião e pelas ruas General Rondon e Raimundo Ozanan de Souza, se depara com uma cena que contrasta com sua relevância e beleza natural.

O que deveria ser um refúgio de sossego e lazer para os macapaenses, com área verde abundante e diversidade de árvores, está visivelmente comprometido. Os dois lagos, principais elementos visuais do local, refletem o estágio avançado do descaso.

Sujeira tomou conta do lago. Fotos: Rodrigo Dias

Todo tipo de lixo

O lago principal da praça está tomado por detritos: sacolas plásticas, latinhas, embalagens de salgadinhos, recipientes de marmitex, balões, descartáveis e garrafas PET flutuam livremente, transformando o espelho d’água em um depósito de lixo a céu aberto. O lago menor segue o mesmo padrão de sujeira.

Além do impacto ambiental e visual, a situação é agravada pela paralisação dos pedalinhos. Os equipamentos, que antes poderiam atrair famílias e turistas, estão acorrentados, danificados e sem condições de uso.

O quadro de abandono se completa com a insegurança e a prática de ilícitos. Relatos indicam que é frequente a presença de pessoas usando drogas com tranquilidade, afastando o público que busca o local para lazer e contato com a natureza.

Pedalinhos novamente sem utilização

Contraste de usos

Fundada em 23 de janeiro de 1982, a Praça Floriano Peixoto mantém relevância social, sendo frequentemente utilizada para grandes eventos e projetos comunitários. Programações recentes, como as atividades em comemoração ao Dia do Trabalhador, realizadas em maio deste ano – que incluíram serviços como emissão de documentos, aferição de pressão arterial, massagem, corte de cabelo, atividades esportivas e, ironicamente, uma pescaria na praça – demonstram o potencial mobilizador do espaço.

Recipientes de marmitex, balões, descartáveis e garrafas PET flutuam livremente

Retrato do descaso

No entanto, o estado atual da infraestrutura e a falta de segurança contrastam drasticamente com a importância histórica e a capacidade de atrair público em datas comemorativas, como o aniversário de Macapá.

A revitalização e a manutenção contínua da Praça Floriano Peixoto se mostram urgentes, não apenas para resgatar sua beleza original, mas também para garantir que o patrimônio histórico e o espaço público central cumpram seu papel como área de lazer, convívio social e segurança para macapaenses e visitantes.

Seles Nafes
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