Amapá 2043: Clécio apresenta plano para transformar ativos ambientais em riqueza sustentável

Clécio lembrou que o Amapá é o único estado brasileiro considerado “carbono negativo”, com 97% da cobertura florestal original preservada e 73,5% do território protegido.
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Por PEDRO PESSOA, de Belém (PA)

Durante participação na COP30, em Belém, o governador do Amapá, Clécio Luís, destacou o papel do estado como um dos principais exemplos de preservação ambiental do país e defendeu um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, baseado em ciência, informação e planejamento estratégico.

Segundo ele, o Amapá é o único estado brasileiro considerado “carbono negativo”, com 97% da cobertura florestal original preservada e 73,5% do território protegido por algum tipo de reserva legal. Clécio lembrou que o estado também foi o primeiro do país a demarcar todas as terras indígenas sem conflito e não possui histórico de trabalho escravo.

Plano será apresentado durante todo o evento como vitrine do potencial econômico verde do Amapá, com metas voltadas à bioeconomia, manejo florestal e produtos sustentáveis. Foto: Ascom/GEA

“Esses são legados que nos trouxeram até aqui. Agora estamos construindo novos, com uma legislação ambiental moderna e ações concretas para manter o que já conquistamos”, afirmou.

O governador lançou na conferência o Plano Estadual de Bioeconomia e o Amapá 2043, estratégia de desenvolvimento que prevê políticas integradas de infraestrutura, energia limpa, zoneamento ecológico e incentivo à pesquisa aplicada. A ideia, segundo Clécio, é criar um ambiente que una investimento, conhecimento e sustentabilidade.

Clécio também fez críticas à falta de compensações financeiras para estados que preservam. Ele citou o caso do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, criado há duas décadas, e lembrou que o Amapá nunca recebeu os recursos prometidos como medidas compensatórias.

“Quem devastou, recebe dinheiro para restaurar. Quem preserva, não tem acesso a financiamento. Isso precisa mudar”, disse.

Clécio: “Quem devastou, recebe dinheiro para restaurar. Quem preserva, não tem acesso a financiamento. Isso precisa mudar”. Foto: Pedro Pessoa

O governador defendeu que o Amapá busca construir uma economia diversificada, apoiada em atividades sustentáveis como o manejo florestal, a produção de fármacos e cosméticos e o aproveitamento energético de fontes limpas, como solar e biomassa.

“Temos muitos ativos ambientais e queremos transformá-los em negócios éticos, negócios verdes, sem destruir o que temos de mais valioso”, afirmou.

Governador Clécio Luís evidenciou importância do Plano da Sociobioeconomia. Foto: Ascom/GEA

Clécio ressaltou ainda que o grande desafio da região é conciliar preservação e desenvolvimento.

“A Amazônia precisa ser olhada sem extremos. O romantismo que idealiza a floresta e a visão que tenta limitar toda e qualquer atividade são igualmente prejudiciais. O caminho do meio é mais difícil, mas é o mais realista”, concluiu.

Seles Nafes
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