Com sistema em crise, vereador dirige ônibus e leva mais de 200 passageiros

Parlamentar percorreu bairros da zona norte durante paralisação da Nova Macapá; saída dos veículos atrasou cerca de três horas
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Por SELES NAFES

Entre 6h e 8h desta quarta-feira (5), a cena não era comum no trânsito de Macapá: um vereador no volante de um ônibus, transportando moradores da zona norte durante a paralisação da empresa Nova Macapá. Com o atraso na liberação dos veículos, Josélyo (PP) decidiu assumir a direção de um coletivo particular e ajudar usuários que tentavam chegar ao trabalho e à escola.

Às 7h, dos 60 ônibus da Nova Macapá, apenas 30 estavam circulando. Em 2024, a prefeitura anunciou que a empresa colocaria 100 veículos nas ruas, mas, segundo o Sindicato dos Rodoviários, apenas 60 operam em dias normais — número que caiu pela metade nesta manhã de caos. A Expresso Marco Zero tem pouco mais de 20 veículos.

Nesta quarta, os motoristas da Nova Macapá foram surpreendidos ao chegar para trabalhar.

“Os motoristas começaram a chegar na garagem para trabalhar e foram avisados que não havia combustível para rodar”, relatou Josélyo ao Portal SN.

Ele foi até a garagem, registrou imagens e, em seguida, buscou uma alternativa para minimizar o impacto no deslocamento da população. O parlamentar informou ter transportado mais de 200 pessoas entre os bairros Miracema, Infraero I e II.

Fui à garagem, fiz imagens, e depois buscamos uma forma de ajudar a população a chegar no trabalho, na escola. Transportamos mais de 200 pessoas”, disse.

Ônibus conduzido pelo vereador ficou lotado

Ônibus percorreu Miracema, Infraero I e II

A “maratona” do vereador/motorista terminou quando parte dos ônibus começou, enfim, a ir para as ruas, após o início do abastecimento na empresa.

Faltam repasses da prefeitura. Depois do problema, o prefeito resolveu mandar o dinheiro e os ônibus começaram a ser abastecidos”, afirmou o vereador.

Embora a responsabilidade sobre o transporte público seja do município, Josélyo disse que vai sugerir uma medida emergencial ao governo do Estado: reduzir temporariamente o ICMS sobre o diesel para as empresas de ônibus, como forma de mitigar os prejuízos provocados pela inadimplência municipal.

A manhã foi marcada por longas filas, pontos lotados e passageiros buscando alternativas como caronas, aplicativos e motocicletas — cenário que já havia se repetido há menos de dois meses em Macapá.

Seles Nafes
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