Por RODRIGO DIAS
Uma história marcada por amor, resistência e privação tem comovido quem conhece a rotina de Milton Silva dos Santos, de 70 anos, e de sua mãe, Maria Gonçalves de Freitas, de 107. Vizinhos de vida inteira, mãe e filho agora enfrentam uma realidade dura e pedem ajuda para garantir alimentação e condições mínimas de moradia na capital amapaense.
Seu Milton conta, com a voz embargada, que sempre se dedicou a manter a mãe bem. Durante décadas, trabalhou em diferentes atividades, enquanto dona Maria cuidava do lar. Naturais de Breves (PA), eles vivem há muitos anos no Amapá, onde fincaram raízes.
Mas tudo mudou quando o idoso sofreu um acidente doméstico e, pouco depois, descobriu ser diabético. As feridas nas pernas o deixaram impossibilitado de trabalhar, e a renda familiar simplesmente acabou. Dona Maria, por sua vez, quase não enxerga, escuta pouco, toma medicamentos e exige atenção constante.

Dona Maria Gonçalves de Freitas, de 107 anos, está semicega. Fotos: Rodrigo Dias

Quandoi reportagem chegou, só havia água na estreita geladeira
Sem conseguir mais pagar aluguel, passaram a depender da solidariedade de uma moradora do bairro Novo Horizonte, na zona norte de Macapá, que cedeu um pequeno espaço ao lado da casa para que pudessem morar. Apesar do gesto generoso, o local é extremamente precário: o chão é de terra batida, as telhas não cobrem toda a estrutura e, quando chove, a água invade os cômodos.
O banheiro não tem porta nem cobertura. Dentro da casa, há apenas um ventilador quebrado para amenizar o calor. A geladeira guarda apenas água; na despensa, alguns condimentos.

Mãe e filho só tinham …

… mingau de milharina para almoçar

Só condimentos na despensa, sem nenhuma proteína

Telhado não está completo

O banheiro não tem porta nem cobertura. Fotos: Rodrigo Dias
No dia da visita da reportagem – nesta terça-feira (25) – o almoço de mãe e filho era mingau de milharina e chá. Dona Maria estava com fome. Seu Milton, como de costume, preferiu garantir a comida da mãe, que descansava numa rede.
Dona Maria tem outra filha, e seu Milton, três, mas todos moram longe. Ele, no entanto, não reclama — apenas segue firme.
“Sigo cuidando dela porque ela cuidou de mim a vida inteira, né? Agora chegou a minha vez de cooperar com ela, ajudar ela. Já que ela se preocupou o tempo todo comigo, agora, na idadezinha avançada dela, é a hora de eu ajudar. Busco qualidade de vida pra ela, pra ter um lugar melhor pra ela estar, terminar os dias dela. Tenho certeza de que as pessoas vão me ajudar”.

Dentro da casa, há apenas um ventilador quebrado para amenizar o calor

Com pouco alimento, seu Milton deu preferência para a mãe se alimentar

Quando chove, a água invade os cômodos

O chão é de terra batida
Como ajudar
Quem puder contribuir com alimentos, roupas, materiais de construção, medicamentos, fraldas geriátricas ou qualquer tipo de apoio pode ir diretamente ao local:
– Rua Fernando Alves de Oliveira, nº 3142 – Bairro Novo Horizonte, zona norte de Macapá.
Também é possível falar diretamente com seu Milton pelo telefone: (96) 99113-2418.
Por serem muito simples e sem familiaridade com tecnologia — seu Milton não sabe ler — ele não possui chave PIX. Com a autorização dele, a reportagem disponibiliza o PIX do repórter, que fará o repasse integral:
PIX: 02169104208 — (Rodrigo Araújo Dias Monteiro)
Toda a arrecadação será entregue à família, com prestação de contas em nova matéria.

