Por RODRIGO DIAS
Rodrigo Amorim Brandão, de 30 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (7), em Macapá, acusado de ameaçar e perseguir a ex-namorada. Segundo a Polícia Civil, o homem dizia que faria com ela “o mesmo que seu irmão fez há sete anos”, em referência a um crime que chocou o Amapá em 2018 — quando Jefferson Amorim Brandão matou a ex-namorada, a pedagoga Ediane Oliveira Gomes, dentro de uma escola em Santana, a 17 km de Macapá, e depois tirou a própria vida.
De acordo com a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), Rodrigo vinha descumprindo medidas protetivas e adotando comportamentos cada vez mais agressivos desde o fim do relacionamento, há cinco meses. O caso foi enquadrado na Lei Maria da Penha.

Rodrigo foi abordado dirigindo o mesmo carro, um Celta rebaixado, usado pelo irmão sete anos atrás para ir até a escola onde cometeu o feminicídio
A vítima relatou que terminou o namoro por não suportar o controle e o ciúme excessivo do acusado. Após a separação, passou a sofrer ameaças, perseguições e agressões físicas e psicológicas. Ela também denunciou invasões de domicílio e a tentativa do ex de expor um vídeo íntimo gravado sem autorização.
A coincidência familiar acendeu o alerta das autoridades. A DEAM descobriu que Rodrigo foi abordado dirigindo o mesmo carro, um Celta rebaixado, usado pelo irmão sete anos atrás para ir até a escola onde cometeu o feminicídio. Segundo os investigadores, Jefferson pretendia atear fogo no veículo com ele e a vítima dentro, por não aceitar o fim do relacionamento – um plano que só não se concretizou por completo, já que ele acabou atirando na ex e em seguida se matando.

A polícia acredita qu, na época, o plano de Rodrigo era levar a namorada para dentro do Celta e incendiar o veículo com ambos dentro
Com base nas novas ameaças e no risco concreto de uma tragédia semelhante, a delegada Ana Maria Rabelo Costa representou pela prisão preventiva, deferida pela Vara de Violência Doméstica e cumprida nesta sexta-feira pela equipe da DEAM no bairro Nova Esperança. Rodrigo foi levado à delegacia e permanece à disposição da Justiça.
A delegada Marina Guimarães, titular da DEAM, destacou que a prisão foi resultado de uma ação rápida e integrada entre a Polícia Civil e o Poder Judiciário.

O investigado foi encaminhado à DEAM e permanecerá à disposição da Justiça
“O caso reforça nosso compromisso com a proteção das mulheres e a efetividade da Lei Maria da Penha. A resposta precisa ser firme para impedir que novas vidas sejam perdidas”, afirmou.
